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Autarca de Mação diz que situação é “extremamente preocupante”

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Nuno André Ferreira / Lusa

Perto de 20 mil hectares já terão ardido no concelho de Mação, no distrito de Santarém, afirmou esta quarta-feira o vice-presidente da Câmara Municipal, referindo que há “cinco a sete casas” de primeira habitação destruídas.

A área ardida corresponde a quase 50% da área total do concelho, sublinhou António Louro.

A sede do concelho de Mação pode ser confrontada “nas próximas horas” com uma das três frentes do fogo que começou no concelho da Sertã, disse o vice-presidente do município, sublinhando que a situação é “extremamente preocupante”.

A madrugada “não ajudou o suficiente” no combate às chamas, mantendo-se três frentes que lavram em Mação, ameaçando a sede de concelho e as aldeias de Santos, Aldeia de Eiras, Castelo e São José das Matas, afirmou aos jornalistas o vice-presidente da autarquia (PSD).

Segundo o vice-presidente do município de Mação, também algumas dezenas de casas de segunda habitação ficaram destruídas, bem como vários anexos, palheiros e equipamentos.

No entanto, refere o Observador, a comandante da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, apresenta uma versão diferente e diz que a situação esta manhã “está mais tranquila, mais estabilizada”.

A responsável referiu ainda que se espera para esta quarta-feira um “dia semelhante ao de ontem”, com vento e temperaturas altas. Todos os distritos de Portugal, à exceção de Porto, Viana e Braga, estão sob alerta laranja.

“Houve ministros que não fizeram o seu trabalho”

“Normalmente, a imprensa valoriza o incêndio como o grande dia da tragédia. Em territórios em que a floresta é a principal fonte de riqueza, este é só o primeiro dia dos próximos 30 anos de falta de rendimento, de falta de atividade económica, de famílias com dificuldades económicas”, vincou António Louro.

Para o autarca, a tragédia vai continuar a acontecer “nas próximas três décadas em Mação”.

O incêndio que lavra no concelho significa “semear pobreza, semear falta de rendimento, semear abandono do território, semear desertificação” e isso, assegurou, “vai-se sentir nos próximos 30 anos”.

O vice-presidente, que falava aos jornalistas no posto de comando (situado perto da GNR de Mação), referiu que várias aldeias foram evacuadas ao longo dos últimos dias, levando à retirada de “centenas de pessoas”, mas não soube referir em concreto quantas localidades foram evacuadas ou quantas pessoas é que foram retiradas até ao momento.

As frentes de incêndio continuam “bastante perigosas e bastante significativas em comprimento”, sendo que num concelho com 122 aldeias, “há sempre uma ou duas” que acabam por estar em risco, explanou António Louro.

Segundo o autarca, os meios necessários “finalmente chegaram”, apesar de considerar que “é evidente” que os reforços chegaram demasiado tarde.

“Os meios que tivemos hoje não estiveram cá no domingo quando precisávamos deles, não estiveram cá na segunda quando precisávamos deles, nem estiveram cá na terça-feira quando precisávamos deles”, criticou o vice-presidente, considerando que as próximas horas vão ser “longas” e “preocupantes”.

O autarca lançou ainda duras críticas aos últimos Governos, afirmando que desde os últimos incêndios no concelho, tudo fizeram para pedir ajuda a ministros e secretarias de Estado da floresta, mas “houve ministros que não fizeram o seu trabalho, houve gente que não soube dar resposta” e, por isso, “o resultado está aí”.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. O Senhor Presidente da Câmara de Mação devia ter pensado em tudo inquérito disse antes de o incêndio ter começado. E por exemplo devia ter obrigado os proprietários a limpar os terrenos e a plantar outras espécies de árvores, que não o incendiário eucalipto . Começo a não ter paciência para tanta ignorância …

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