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Chanceler austríaco quer países a devolver o que recebam do fundo de emergência

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Florian Wieser / EPA

Sebastian Kurz

O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, afirmou hoje que os países que recorram ao fundo de emergência da União Europeia (EU), de 540 mil milhões de euros, aprovado esta quinta-feira devido à pandemia de Covid-19, devem devolver os apoios posteriormente.

“Deve ser claro que os fundos do plano de reconstrução vão ser devolvidos pelos respetivos Estados-membros numa data posterior e que a Áustria não vai assumir as dívidas de outros Estados-membros da UE”, destacou o chefe de Governo do país alpino, numa nota de imprensa.

“Hoje concordamos em continuar a mostrar solidariedade com os países especialmente afetados pela crise do coronavírus, como Itália ou Espanha”, acrescentou o líder do Governo formado por uma coligação entre o Partido Popular Austríaco, ao qual pertence, e os Verdes.

Kurz proferiu essa declaração, após uma nota na rede social Twitter em que deu conta da aprovação do pacote de emergência na reunião hoje realizada, por videoconferência, entre os 27 chefes de Governo e de Estado dos países da UE.

“Aprovámos um pacote do Eurogrupo na ordem dos 540 mil milhões de euros e a sua rápida implementação até 1 de junho”, escreveu Kurz.

“A Áustria também está disposta a mostrar solidariedade para apoiar a recuperação das nossas economias. Deveríamos fazê-lo através de empréstimos. Uma mutualização da dívida ou as ‘eurobonds’ não são aceitáveis. Continuaremos a coordenar a nossa posição com os países que têm ideias semelhantes às nossas”, acrescentou, na rede Twitter.

Segundo o chefe do Governo austríaco, os detalhes de um eventual fundo de recuperação, que o primeiro-ministro português, António Costa, já admitiu poder atingir os 1,5 biliões de euros, vai ser elaborado pela Comissão Europeia (CE) “nas próximas semanas, com base numa análise das necessidades de cada um dos Estados-membros”.

O chanceler referiu ainda que os líderes da UE abordaram, na reunião, a necessidade de se coordenar a reabertura do setor do turismo entre os parceiros, tendo sido lançada a ideia de que “a UE deveria preparar recomendações para o verão”.

O pacote de emergência, aprovado pelos ministros das Finanças dos 27, é constituído por três “redes de segurança”: uma linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade, que os Estados-membros podem utilizar para despesas relativas à Covid-19, um fundo de garantia pan-europeu do Banco Europeu de Investimento para empresas em dificuldades, e o programa “Sure” para salvaguardar postos de trabalho através de esquemas de desemprego temporário.

// Lusa

6 Comments

  1. Quem paga a crise Pandémica ?????…… pagamos todos !!!…..alguns até com a própria Vida (Doentes, Médicos, Enfermeiros(as), intervenientes de auxilio Medico, Forças de Segurança, Familiares)!…Penso que a U.E serve para enfrentar esta catastrophe com equidade, relativamente aos Países membros, senão para que serve ??????

    • Serve para aquilo que foi feito. Acordos comuns, em especial económicos. Em nenhum momento a UE se transformou numa federação.

      • Pois não, mas se os lucros gerados num país podem ser tributados noutro (levando a carne e deixando os ossos), e, quando há algum problema, viram as costas, algo vai muito mal nessa “União!!

      • Então é muito simples, é seguir as regras do jogo. A Irlanda baixou os impostos e tornou-se um competidor da Holanda. Quer comparar o crescimento económico deles com o nosso? E que tal a evolução de salários?

      • As “regras do jogo” são jogar rasteiro e desviar dinheiro de outros??!
        Que belas regras….
        Com o dinheiro dos outros também eu “cresço” muito e, quando de vê um país como a Irlanda (que pouco ou nada produz!) ter o DOBRO da produtividade da Alemanha (que é que mais produz na Europa e é só o maior exportador do mundo), percebe-se logo que as “regras do jogo” estão completamente erradas!!

  2. 1º produtividade e produção não são a mesma coisa.
    2º O que estamos a falar é de tributação. O caso da Irlanda demonstra que não só aumentaram a tributação de empresas intercomunitárias, mas também nacionais. Ou seja, é o bom caminho para o aumento de produção. Vejamos também o caso da Estónia. Em comparação, Espanha, vem destruindo paulatinamente postos de trabalho. E porque? Aumento desenfreado de impostos (leia-se roubar o contribuinte) Se há um mecanismo que controla os aumentos vertiginosos de impostos, tal como este, ainda há idiotas que se queixam. Aliás, vêm casos da Holanda como “paraísos fiscais” (coisa que não são). Mas há uma regra básica, se de facto há paraísos fiscais, é porque também existem “infernos fiscais”
    Os governos que aprendam a gerir o dinheiro do contribuinte, em vez de aumentar impostos. Isso é que é jogar rasteiro e desviar dinheiro de outros
    baixemos os impostos e tornemos-nos competitivos. É para isso que este regulamento existe.

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