Audição a Rui Pinto no inquérito ao Novo Banco arrisca ser chumbada

Mário Cruz / EPA/Lusa

Rui Pinto no arranque do julgamento do chamado caso “Football Leaks”

A votação para a audição do hacker na comissão parlamentar de inquérito às perdas do Novo Banco será na próxima semana, havendo sinais de que pode vir a ser chumbada.

Segundo apurou o semanário Expresso, a convocatória de Rui Pinto foi requerida pelo PAN, mas há sinais de que pode vir a ser reprovada pelos deputados do PS, PSD e CDS. O PCP mostrou uma posição mais dúbia e o BE está abertamente favorável.

O jornal avança que a discussão sobre se haveria, ou não, a chamada do pirata informático fez-se à porta fechada, esta quinta-feira, depois da audição parlamentar de Nuno Vasconcellos, ex-presidente da Ongoing. A conclusão foi que a votação será feita em reunião aberta, já na próxima semana.

O partido Pessoas–Animais–Natureza pretende obter esclarecimentos do hacker sobre o BES Angola, “para que explique e apresente os documentos que afirma comprovarem um desvio de 600 milhões de euros através da criação de empresas meramente instrumentais, depósitos fictícios e transferências bancárias para off-shores”.

Contudo, para os sociais-democratas, é preciso ter certezas sobre o que irá justificar a audição, uma vez que que Rui Pinto está a ser julgado por ataques informáticos que visaram várias instituições.

De acordo com o Expresso, a eventual convocatória já levou alguns advogados penalistas a fazer um pedido ao Parlamento para que esta não venha a realizar-se, uma vez que as provas do hacker podem ter sido obtida de forma criminosa.

Recorde-se que o autor do Football Leaks e do Luanda Leaks está atualmente a ser julgado por 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen.

Rui Pinto, que desde 8 de abril se encontrava em prisão domiciliária e proibido de aceder à Internet, encontra-se em liberdade desde 7 de agosto “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

ZAP //

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