Atribuição de nome de Mário Soares a avenida divide opiniões em Santa Comba Dão

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José Sena Goulão / Lusa

O ex-presidente da República e ex-líder do PS, Mário Soares

O ex-presidente da República e ex-líder do PS, Mário Soares

Vários habitantes de Santa Comba Dão congratularam-se esta quarta-feira com a atribuição do nome de Mário Soares a uma avenida, enquanto outros preferiam ver prestada homenagem ao “filho da terra” António de Oliveira Salazar.

A Câmara de Santa Comba Dão aprovou, na terça-feira, um voto de pesar pelo falecimento do antigo Presidente da República Mário Soares e decidiu atribuir o seu nome a uma avenida da cidade.

“Esta decisão do executivo de Santa Comba Dão é um reconhecimento a Mário Soares, que ajudou a construir a liberdade. Fico muito contente em ver uma rua com o seu nome na cidade”, apontou Leopoldo Cruz, de 77 anos.

Também Alípio Gomes Calisto, de 74 anos, vê com bons olhos a decisão do executivo local, que vem homenagear alguém que “fez muito bem pelo país“.

“Também a uns dois quilómetros daqui nasceu uma figura da terra, que fez algumas coisas boas, outras más, num período em que cheguei a ser ameaçado que ia preso pela PIDE”, referiu, aludindo à figura maior do Estado Novo, António de Oliveira Salazar.

Para Joaquim Lopes, de 72 anos, Mário Soares foi um político que fez “coisas boas, mas também coisas más, tal como Salazar, que era do concelho de Santa Comba Dão”.

“Como Mário Soares foi um dos que mandou trocar o nome da ponte que Salazar mandou construir, de Ponte António Salazar para Ponte 25 de Abril, não sei se devia ter uma rua em Santa Comba Dão”, sustentou.

Por sua vez, José Alberto Santos, de 63 anos, discorda da atribuição do nome de Mário Soares a uma rua do concelho de onde António Salazar era natural.

“Nas vezes que Mário Soares por aqui passou nunca foi bem recebido e isto parece-me mesmo uma falta de respeito em terra de Salazar. Aliás, eu fui um dos deportados à conta de Mário Soares e, se não fosse ele, ainda estava em Angola”, disse.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996. Foi o responsável por pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985.

Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa. O Governo português decretou três dias de luto nacional, até esta quarta-feira.

// Lusa

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3 Comments

    • Quando/como/quem viu isso a acontecer?!
      Supostamente não foi assim há tanto tempo e é estranho nunca aparecer ninguém que tenha realmente visto isso…
      Mas, deves ser um daqueles que também acredita que uma santa apareceu em Fátima em cima de um sobreiro e falou para os pastorinhos… ou outras estorias semelhantes para entreter palermas!.,..

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