Atletas portugueses retidos na véspera dos Mundiais. Pichardo não vai participar

John G. Mabanglo / EPA

Pedro Pichardo sagra-se campeão do mundo do triplo salto

Problema num aeroporto, na véspera do início da prova; se não houver avião, há comboio. Campeão do triplo salto está lesionado.

A comitiva portuguesa que vai participar nos Mundiais de atletismo ainda não chegou a Budapeste, local da prova, um dia antes do início do evento.

Houve um problema no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha. Os voos para a Hungria foram cancelados devido ao mau tempo.

Todos os atletas passaram a noite num hotel em Frankfurt.

“É impossível viajar em grupo neste momento, porque a Lufthansa não nos assegura esse voo durante o dia de hoje”, começou por dizer o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, na rádio TSF.

“A Lufhtansa está a remeter-nos para o dia seguinte, para amanhã (sábado, início dos Mundiais), o que para nós é inconcebível. E, portanto, estamos a tentar por outros voos e com outras ligações resolver o problema”.

Sem conseguir viajar em grupo, a federação tenta soluções para pequenos grupos, olhando para o calendário de cada atleta e dando prioridade a quem compete primeiro.

Os Mundiais começam amanhã de manhã e o primeiro português a correr é João Vieira, nos 20 quilómetros marcha.

António Fernandes, responsável na Federação Portuguesa de Atletismo disse entretanto na RTP que o primeiro grupo de atletas, com os que vão participar no sábado, vão sair de Frankfurt às 12 horas de hoje, fazendo viagem com escala em Viena, Áustria. Devem chegar à Hungria às 16 horas locais.

“Isto se as condições e os voos não tiverem mais alterações, nem mais cancelamentos, como aconteceu ontem”, avisou.

Para quem participa no segundo dia dos Mundiais, no domingo, deve haver voo às 16h de hoje.

Ainda não há solução para os restantes atletas e para alguns treinadores oficiais. Se não houver avião, a alternativa é ir de comboio até à capital da Hungria, numa viagem de 10 horas, acrescentou António Fernandes.

O presidente da federação está a “fazer de tudo” para nenhum atleta português falhe os Mundiais por causa destes cancelamentos.

Mais tarde, a Federação Portuguesa de Atletismo assegurou à agência Lusa que os problemas estão resolvidos… “à partida”.

“Foi uma situação inédita e inesperada. Os atletas têm de ir primeiro. Por exemplo, eu, grande parte dos oficiais e só a atleta Liliana Cá, que não compete nos primeiros dias, é que vamos ficar para chegar amanhã [no sábado]”, explicou José Santos, director técnico nacional.

Mas fica uma ressalva: “Eu digo aparentemente, porque tem sido um caos com esta situação que não estávamos à espera. A companhia aérea (Lufthansa) não tem facilitado, mesmo tratando-se de atletas. Nunca me tinha acontecido”.

Pichardo não vai

Pedro Pablo Pichardo, campeão olímpico, do mundo e da Europa do triplo salto, vai falhar por lesão os Mundiais de atletismo, que vão ser disputados em Budapeste, entre sábado e 27 de agosto, confirmou a federação portuguesa.

“O atleta voltou a sentir os sintomas da lombalgia, lesão que o impediu esta época de participar nos Campeonatos da Europa de equipas, nos Campeonatos Nacionais de clubes e nos Campeonatos de Portugal”, lê-se no comunicado da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA).

O atleta do Benfica, de 30 anos, iria defender o título conquistado em Oregon2022 na qualificação, marcada para sábado, tendo em vista a final, agendada para segunda-feira.

“Pedro Pichardo foi examinado e avaliado pela equipa médica que acompanha a seleção nacional a estes Mundiais e foi aconselhado a não participar na competição”, conclui a FPA.

Com a confirmação da ausência de Pichardo, a delegação portuguesa à 19.ª edição dos Campeonatos do Mundo fica reduzida a 28 atletas, sem qualquer os seus medalhados olímpicos em Tóquio2020, por lesão, uma vez que Patrícia Mamona, prata também no triplo, ficou de fora.

ZAP // Lusa

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