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Ataques de ódio contra asiáticos disparam nos EUA. Tiroteios matam 8 pessoas em casas de massagens

Erik S. Lesser / EPA

Pelo menos oito pessoas morreram na terça-feira em três tiroteios ocorridos em casas de massagens asiáticas na área da cidade norte-americana de Atlanta, tendo as autoridades detido já o presumível autor.

O suspeito é um homem de 21 anos identificado como Robert Aaron Long, detido durante a noite a cerca de 250 quilómetros a sul de Atlanta, no sudeste dos Estados Unidos, disseram as autoridades.

O primeiro tiroteio, que deixou quatro mortos e dois feridos, ocorreu na terça-feira à tarde num salão de massagens, no norte de Atlanta, disse um porta-voz da polícia do condado de Cherokee. Pouco depois, mais quatro pessoas foram mortas em dois tiroteios ocorridos em dois salões de massagens, nos arredores de Atlanta, acrescentaram as autoridades.

“À chegada, os oficiais encontraram três mulheres mortas devido a ferimentos visíveis de balas. Ainda no local, a polícia recebeu relatos de tiros disparados do outro lado da rua”, onde encontraram outra mulher morta, disse a polícia.

A polícia indicou que, “neste momento, é demasiado cedo para confirmar” que os três tiroteios estão relacionados e acrescentou, que das oito vítimas mortais, seis são de origem asiática.

Lebron James, basquetebolista norte-americano, foi dos primeiros a manifestar as condolências às famílias das vítimas e à “comunidade asiática”.

https://twitter.com/KingJames/status/1372073046228410368?

Ataques de ódio disparam

Embora as autoridades desconheçam o motivo dos ataques, estes ocorreram num contexto em que as agressões contra norte-americanos de origem asiática têm vindo a crescer.

A associação Stop AAPI Hate indicou que mais de 2.800 atos racistas e discriminatórios contra a comunidade asiática nos Estados Unidos foram denunciados online, em todo o país, entre março e dezembro.

De acordo com a CNN, que cita o último relatório do grupo, divulgado na terça-feira, houve pelo menos 503 incidentes de ódio anti-asiáticos relatados entre 1 de janeiro e 28 de fevereiro.

“Incidentes de ódio não estão a diminuir. Não podemos permitir que o ódio anti-asiático-americano seja um legado da covid-19 ou da última administração presidencial, mas isso é exatamente o que vai acontecer a menos que exijamos ações concretas”, disse Russel Jeung, co-fundador da Stop AAPI Hate e professor de Estudos Asiático-Americanos na San Francisco State University.

A maioria dos incidentes (68%) foram casos de assédio verbal, enquanto a evasão representou cerca de 20,5%. Cerca de 11% dos incidentes envolveram agressões físicas.

Mais de um terço dos incidentes (35,4%) ocorreu em empresas, 25,3% em vias públicas e 9,8% em parques públicos. Quase 11% dos relatórios envolveram incidentes online.

Entre os que disseram ter sentido ódio, 42,2% identificam-se como chineses, seguidos por 14,8% que se dizem coreanos. Vietnamitas e filipinos representam 8,5% e 7,9% dos que relataram os incidentes, respetivamente.

Maria Campos, ZAP // Lusa

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