Dois homens dispararam contra soldados num campo de tiro militar russo perto da Ucrânia, provocando 11 mortos e 15 feridos, antes de serem abatidos, anunciou o Ministério da Defesa russo.
Em comunicado, o ministério precisou que o tiroteio ocorreu na região de Belgorod, região do sudoeste da Rússia que faz fronteira com a Ucrânia.
Os dois homens procedentes de uma ex-república soviética, não identificada, dispararam sobre os soldados durante exercícios de treino e prática de tiro, tendo o ministério classificado este incidente como um ataque terrorista.
Os atacantes foram mortos durante uma troca de tiros.
“Durante uma sessão de treino com armas de fogo com indivíduos que voluntariamente manifestaram o desejo de participar na operação militar especial [contra a Ucrânia], os terroristas abriram fogo”, lê-se na declaração do Ministério da Defesa russo, citada pelo jornal Público.
“Em resultado do tiroteio, 11 pessoas foram mortalmente feridas. Outras 15 pessoas com ferimentos de gravidade variável e foram levadas para uma instalação médica”.
Este incidente acontece em pleno processo de mobilização parcial, ordenado em setembro pelo Presidente russo, Vladimir Putin, para reforçar as forças russas na Ucrânia.
Uma medida que desencadeou protestos e fez com que centenas de milhares de pessoas fugissem da Rússia.
Na sexta-feira, Putin disse que mais de 220.000 reservistas já tinham sido convocados como parte de um esforço para recrutar 300.000.
Embora o líder russo tenha declarado que apenas aqueles que serviram recentemente nas forças armadas estejam sujeitos à convocação, ativistas e grupos de direitos humanos relataram que escritórios de recrutamento militar cercaram pessoas sem qualquer experiência no exército – algumas das quais também eram inadequadas para o serviço militar por razões médicas.
Alguns dos reservistas recém-convocados publicaram vídeos a serem forçados a dormir no chão ou mesmo na rua e a receberem armas enferrujadas antes de serem enviados para as linhas da frente.
As autoridades reconheceram que a mobilização foi muitas vezes mal organizada e prometeu melhorar a situação.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, desencadeando uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada a mais grave crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
ZAP // Lusa
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