Robert Ghement, Mikhail Klimentyev/ EPA/Presidential Press and Information Office

Moscovo admitiu, este sábado, a possibilidade de um encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelenskyy, mas só depois de estabelecidos alguns acordos – que não foram especificados na íntegra.
Rússia e Ucrânia reuniram-se, esta sexta-feira, para negociações diretas de paz, pela primeira vez desde a primavera de 2022, e anunciaram que vão trocar 1000 prisioneiros.
Após a reunião, Kiev informou que a parte ucraniana solicitou negociações diretas entre os chefes de Estado dos dois países e que Moscovo tomou nota deste pedido.
Este sábado, o Kremlin admitiu que um encontro entre Putin e Zelenskyy será possível, desde que Moscovo e Kiev tenham chegado previamente a “acordos”.
“Essa reunião, fruto do trabalho de ambas as partes e da conclusão de acordos, é possível. Mas apenas após acordos entre as duas partes“, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
Moscovo detalhou que as novas conversações com a Ucrânia só serão possíveis depois de concluída a troca de prisioneiros anunciada na sexta-feira.
“O que as delegações acordaram ontem [sexta-feira] continua por fazer”, adiantou Peskov, acrescentando que a primeira coisa a fazer é a troca de prisioneiros.
O resto é “segredo”
“Concordámos em trocar listas de condições para um cessar-fogo. A parte russa vai preparar e entregar essa lista e vai trocá-la com a parte ucraniana”, disse Peskov, antes de avisar que as próximas negociações vão decorrer numa atmosfera de secretismo.
O que será incluído exatamente “não deverá ser anunciado. As negociações vão continuar, mas serão realizadas à porta fechada”, disse o representante do Kremlin, em comentários relatados pela agência de notícias russa TASS.
Ainda sobre a possível cimeira entre Putin e Zelensky, o porta-voz da presidência russa reforçou que “esta reunião pode ter lugar graças ao trabalho conjunto das delegações de ambas as partes, depois de alcançados determinados acordos”, sem especificar exatamente a que acordos se referia.
Por último, o porta-voz do Kremlin considerou essencial que a Ucrânia clarifique a composição das suas futuras delegações de negociação.
Ataque russo na Ucrânia
Entretanto, um ataque russo a um miniautocarro que transportava civis no norte da Ucrânia matou nove pessoas e feriu quatro.
“Um drone inimigo atingiu um autocarro perto de Bilopillia, matando nove pessoas e ferindo quatro”, disse a administração militar da região fronteiriça de Sumy na rede social Telegram, onde publicou fotos da carcaça de um miniautocarro numa estrada.
Russians struck a bus full of civilians in Sumy region. Many injured. Rescue efforts are ongoing at the scene. pic.twitter.com/EtXzdXku34
— KyivPost (@KyivPost) May 17, 2025
O veículo “dirigia-se para Sumy”, segundo a mesma fonte, que antes se tinha referido a “um ataque cínico dos russos a um autocarro que transportava civis”.
A região de Sumy, que faz fronteira com a Rússia, tem sido alvo de recrudescimento dos bombardeamentos russos desde que as forças ucranianas foram expulsas, em março, da região russa de Kursk, que fica em frente e da qual ocupavam uma pequena parte desde o verão de 2024.
ZAP // Lusa
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