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Astronautas da NASA já se preparam para voo histórico a bordo do foguetão da Space X

(h) EPA/SpaceX

Dois astronautas da NASA já estão a equipar-se para o lançamento histórico de um foguetão concebido e construído pela empresa SpaceX, de Elon Musk, apesar de as previsões meteorológicas indicarem mais tempestades.

Com o voo já atrasado três dias, por causa do mau tempo, as previsões apontam para que existam condições aceitáveis, de 50%-50%, para o lançamento da cápsula Dragon, às 15:22 locais (20:22 de Lisboa), bem como do foguetão Falcon 9, o que, a concretizar-se, será o primeiro lançamento de astronautas para o espaço por uma empresa privada.

Além disso, será o primeiro voo espacial humano da NASA, a agência espacial norte-americana, a partir do solo dos Estados Unidos num período de quase uma década.

Os astronautas, Doug Hurley e Bob Behnken, já vestiram os seus fatos espaciais elegantes, a preto e branco, com a ajuda de técnicos, que usavam máscaras, luvas e capuzes pretos.

Os gestores do SpaceX e da NASA monitorizam o tempo não só no Kennedy Space Center, mas em toda a costa leste dos Estados Unidos, e através do Atlântico Norte até à Irlanda, porque as ondas e o vento têm de estar dentro de certos limites caso os astronautas tenham de fazer um splashdown (aterragem na água) de emergência a caminho da espaço.

O destino dos dois homens é a Estação Espacial Internacional, a 19 horas de voo.

“O problema, claro, na Florida, em maio, é que haverá trovoadas. Isso é verdade hoje, como provavelmente será todos os dias em maio e no início de junho aqui”, disse o administrador da NASA Jim Bridenstine à agência de notícias The Associated Press, quando os relógios de contagem decrescente atingiram a marca das cinco horas.

“Parece que temos aqui uma hipótese de 50-50 e vamos a isso”, acrescentou.

Primeiro lançamento cancelado

A contagem decrescente na última quarta-feira foi interrompida quando faltavam menos de 17 minutos, devido à ameaça de relâmpagos. “O Falcon/Dragon foram concebidos para resistir a múltiplos relâmpagos, mas não nos parece sensato correr este risco”, disse Elon Musk, o chefe executivo e fundador do SpaceX.

Hurley e Behnken referiram na sexta-feira que já sofreram vários atrasos em voos de vaivém espacial, tanto por razões técnicas como meteorológicas. Hurley disse que a sua primeira missão foi adiada cinco vezes no decurso de um mês. A segunda missão foi o último voo de vaivém espacial da NASA, em julho de 2011, a última vez que os astronautas se afastaram do solo nacional.

Bridenstine disse que os dois astronautas lhe garantiram que estão “prontos para partir”. “Eu estaria a mentir-lhe se lhe dissesse que não estava nervoso […]. Queremos fazer tudo para minimizar o risco, minimizar a incerteza, para que Bob e Doug fiquem em segurança”, disse Bridenstine à agência noticiosa AP.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, e o vice-presidente, Mike Pence, já têm previsto marcar presença na segunda tentativa de lançamento.

A NASA tentou desencorajar os espetadores a assistirem ao lançamento, por causa da pandemia, e limitou severamente o número de funcionários, visitantes e jornalistas dentro do Kennedy Space Center. No entanto, na nova paragem turística reaberta do centro, os 4.000 bilhetes para o lançamento foram todos comprados em poucas horas.

De manhã cedo, os espetadores começaram a percorrer as praias e estradas da zona.

A NASA contratou a SpaceX e a Boeing, em 2014, ao abrigo de contratos que totalizam sete mil milhões de dólares. Ambas as empresas lançaram as suas cápsulas de tripulação no ano passado com manequins de teste. O SpaceX’s Dragon cumpriu todos os seus objetivos, enquanto a cápsula Starliner, da Boeing, acabou na órbita errada e quase foi destruída devido a múltiplos erros de software.

Como resultado, o primeiro voo do Starliner com astronautas não é esperado até ao próximo ano. Desde que retirou o vaivém espacial em 2011, a agência espacial norte-americana tem confiado nas naves espaciais russas, lançadas do Cazaquistão, para levar os astronautas americanos de e para a estação espacial.

ZAP // Lusa

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