Em causa está uma parceria do KFC com uma fábrica de brinquedos chinesa que está a oferecer produtos de edição limitada na compra de refeições.
Um grupo dos direitos do consumidor na China apelou na quarta-feira ao boicote à promoção Yum China dos restaurantes KFC no país, justificando a decisão com o frenesim de consumo excessivo que causa nos compradores, que leva ao desperdício de comida, aponta a Reuters.
A promoção em causa foi lançada na semana passada em colaboração com a Pop Mart, uma fabricante de brinquedos chinesa conhecida pelas suas caixas mistério, e permite aos consumidores colecionar versões de edições limitadas de brinquedos Dimoo com caras redondas e olhos grandes ao comprarem certas refeições da cadeia de fast-food.
Isto levou a um caso extremo de um consumidor que gastou 10 494 yuans, cerca de 1438 euros, na compra de 106 refeições de uma vez para colecionar os bonecos, revelou a Associação de Consumidores da China, que descreveu a situação como “consumo impulsivo”.
Houve também casos de quem pedisse a outras pessoas que comprassem refeições para si e depois deitaram a comida fora. A associação acusa o KFC de “usar as vendas das caixas mistério de edição limitada para induzir e desculpar as compras excessivas e irracionais de refeições dos consumidores, o que contraria a ordem pública, os bons costumes e o espírito da lei”.
A campanha do KFC foi lançada para celebrar os 35 anos da abertura da sua primeira loja na China e aproveitou a popularidade das caixas mistério, que têm sido um grande sucesso especialmente entre os mais jovens.
O uso de promoções em formato de edição limitada pelos restaurantes de fast-food não é só um fenómeno na China. No ano passado, o McDonald’s incluiu cartas de Pokemon limitadas nos Happy Meals nos Estados Unidos, o que levou a que algumas pessoas encomendassem dezenas de uma vez na esperança de as encontrarem.
Em 2020, a China lançou uma grande campanha governamental de combate ao desperdício da comida, especialmente depois do mundo ter mergulhado na crise causada pela pandemia.
Uma das medidas mais notórias foi a proibição de se encomendar grandes quantidades de comida, o que também acabou por proibir o fenómeno da internet conhecido como mukbang, em que os utilizadores se filmam a comer grandes porções e conversam com a audiência.
