/

Associação de Apoio ao Recluso acusa guardas de provocarem prisioneiros

O diretor geral dos Serviços Prisionais afirmou, este sábado, que o abandono do posto por vários guardas do Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) provocou “alguma gritaria” entre os reclusos, mas negou que tenha havido qualquer espécie de motim.

A única coisa em que os relatos coincidem é na existência de situações de tensão no sábado à tarde na ala E no Estabelecimento Prisional de Lisboa. Segundo o jornal i, o secretário-geral da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso afirmou que incidente foi o resultado de provocação dos guardas prisionais, mas o sindicato rejeitou as acusações e disse ser uma tentativa de atingir o corpo dos guardas.

Pelas 16 horas de sábado, as visitas semanais começaram atrasadas e acabaram antes do habitual, o que resultou na revolta de alguns reclusos. Estes, segundo o diretor-geral dos Serviços Prisionais, Celso Manata, “ficaram obviamente enervados, gritaram, bateram nas portas e juntaram-se no gradão da Ala E, que acabou por ruir”.

Houve alguma gritaria, mas não passou disso”, disse o responsável pelas prisões em Portugal, referindo que o grupo de intervenção policial dos serviços prisionais foi chamado à prisão, como “faz parte dos procedimentos, mas nem sequer atuou”.

No entanto, segundo Júlio Rebelo, presidente do Sindicato Independente da Guarda Prisional, em declarações à RTP 3, alguns reclusos “pegaram fogo a alguns itens da própria ala”, além de terem derrubado “o gradão de segurança da ala”.

Versão distinta teve Jorge Alves, do Sindicato Nacional do Corpo de Guardas Prisionais, afirmando que “dado o número reduzido de guardas prisionais para controlo de segurança das visitas, estas apenas chegaram ao local de visita já muito próximo do fim, quando começa outra”. “Alguns reclusos só tiveram 15 minutos de visita“, acrescentou. A situação deu azo a “muita indignação”.

Perante a situação, o Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP) foi destacado para o local. Celso Manata afirma que o GISP, com sede em Monsanto, nunca teve de usar a força física, enquanto que o sindicalista defende que a unidade de intervenção estava a “preparar-se para intervir” momentos antes de o estabelecimento retornar à normalidade.

Guardas prisionais vão ser alvo de processos disciplinares

Segundo o Expresso, os guardas que não cumpriram as horas extraordinárias impostas pelas novas escalas, serão alvo de processos disciplinares, disse o diretor-geral dos Serviços Prisionais.

De acordo com Celso Manata, “alguns guardas largaram o serviço contra o que estava estabelecido”, por discordarem das alterações aos turnos em vigor desde janeiro, provocando atrasos e redução de horário das visitas familiares aos reclusos.

Em reação, os reclusos vandalizaram a ala e o refeitório, obrigando à presença do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP).

“Hoje esteve tudo calmo”, garante o diretor-geral. De acordo com a Lusa, o GISP esteve de prevenção no Estabelecimento Prisional de Monsanto com cerca de vinte elementos.

O presidente do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional (SINCGP), Júlio Rebelo, adiantou que a situação continua instável no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) com os mais de 200 reclusos da ala E fechados na cela o dia todo, sem sair para comer as refeições.

Júlio Rebelo disse também que o grupo de intervenção policial dos serviços prisionais, com cerca de 20 elementos, está de prevenção no Estabelecimento Prisional de Monsanto.

O presidente do sindicato considerou os incidentes de sábado no EPL de “muito graves” que levantaram “problemas de segurança”, apesar de não ter chegado a ser um motim.

ZAP // Lusa

 

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.