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Assis é contra a ilegalização do Chega. “Não é o caminho e só os vitimiza”

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Miguel A. Lopes / Lusa

O ex-eurodeputado do Partido Socialista, Francisco Assis

Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social (CES), não concorda com a ilegalização do Chega e desdramatiza o risco de crise política.

Em entrevista ao Jornal de Notícias, Francisco Assis disse não concordar com o caminho de ilegalização do Chega por entender que a ideia de “ilegalizar partidos políticos” é uma “situação limite”.

Vitimiza-os e também não acho que seja o caminho“, justificou, marcando uma posição contrária à da candidata presidente Ana Gomes.

Para o socialista, as posições políticas radicais de André Ventura sobre a imigração e a comunidade cigana devem ser combatidas através de um “debate democrático”.

“Vi no outro dia declarações do dr. Ventura sobre o risco que era a imigração islâmica em Portugal, que punha em causa o nosso modelo de sociedade, os direitos das mulheres, e não sei que mais, que são completamente descabidas. Não têm qualquer ligação com a realidade”, afirmou, criticando a visão do líder do Chega.

Várias vozes têm referido que o PSD pode correr o perigo de ser contaminado pelo Chega, mas Assis discorda e diz estar convencido de que a “esmagadora maioria da direita portuguesa não se reconhece nessas posições”.

Não há risco nenhum. Conhecemos o PSD há 30 anos. É um partido construtor da democracia, como é o PS”, frisou.

Questionado sobre se teme uma crise política, o presidente do Conselho Económico e Social (CES) desdramatizou a questão, afirmando que as crises políticas “fazem parte da vida democrática e resolvem-se, não é?”

“Não estou a dizer que desejo uma crise política, mas se houver, com certeza que se resolverá”, afirmou, acrescentando que “dramatizar as crises políticas é um erro porque a democracia é um regime que, de certa maneira, vive sempre em crise”.

Em relação à “raspadinha” do Património – que tem como objetivo ajudar a responder a “necessidades de intervenção de salvaguarda e investimento”, em património classificado ou em vias de classificação -, Francisco Assis referiu que é “das coisas que mais me indignam“.

“Não podemos explorar os mais pobres e os mais carenciados para depois eles serem os financiadores de outros pobres e carenciados. (…) A raspadinha, neste momento, é um problema sério no nosso país e o CES tem de ter preocupações com a economia e com as questões sociais”, disse, na entrevista ao JN.

“É indecoroso que se ande a aproveitar a possibilidade de determinados setores ficarem viciados, para depois apregoar que se vêm resolver problemas sociais. (…) os indícios que temos vão no sentido de considerar que a raspadinha é um verdadeiro crime contra os setores mais carenciados da sociedade portuguesa”, sublinhou.

ZAP //

2 Comments

  1. Assis é chegano de certeza a muito que se mostra psd mas como o psd não é suficientemente radical esta a fazer olhos ao Chega.

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