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Assassínio de colaboradores humanitários na Etiópia é “totalmente inaceitável”, diz Guterres

André Kosters / Lusa

O ex-primeiro-ministro e atual secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou este sábado que o assassínio de três trabalhadores humanitários da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) num ataque perpetrado na região etíope de Tigray constituiu uma violação inaceitável do Direito Internacional.

“Estou profundamente chocado com o assassínio de três trabalhadores humanitários da Médicos Sem Fronteiras em Tigray, na Etiópia. Isto é totalmente inaceitável e uma violação chocante do Direito Internacional Humanitário”, disse Guterres, em comunicado divulgado este sábado.

O secretário-geral da ONU pediu ainda que os responsáveis pelo ataque “sejam encontrados e severamente punidos” e garantiu “estar solidário” com todos os trabalhadores humanitários “que arriscam as vidas para dar proteção e alívio às pessoas em Tigray”.

A MSF anunciou na sexta-feira que três dos seus colaboradores tinham sido assassinados: a espanhola María H. (de 35 anos), coordenadora de emergência da organização; e os etíopes Yohannes Halefom Reda (de 31 anos), coordenador adjunto, e Tedros Gebremariam Gebremichael (também de 31 anos), condutor.

As vítimas viajavam de carro na tarde de quinta-feira para uma missão humanitária na cidade de Abi Adi – no centro da região de Tigray, que está mergulhada em guerra desde novembro passado – quando a MSF perdeu contacto com a equipa.

Na sexta-feira de manhã, o veículo em que viajavam foi encontrado vazio e os cadáveres dos três colaboradores a poucos metros de distância, disse a organização.

O exército etíope acusou este sábado os rebeldes da Frente Popular de Libertação de Tigray (FPLT), partido que governou a região até novembro e que agora é considerado uma organização terrorista pelo Governo central, de ter sido responsável pelo crime, acusação entretanto rejeitada.

Em mensagem divulgada na rede social Twitter, um dos dirigentes da Frente Popular negou as acusações e atribuiu a responsabilidade aos “soldados em retirada do [primeiro-ministro etíope] Abiy Ahmed”.

// Lusa

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