As orcas estão agora a caçar tubarões (com ataques coordenados)

As orcas estão a caçar tubarões no Golfo da Califórnia, tendo como alvo espécies de grande porte, incluindo Carcharhinus leucas e Carcharhinus limbatus.

As orcas não estão apenas a atacar barcos de recreio. Agora, apontaram também o alvo aos tubarões.

As apelidadas “baleias-assassinas” estão por detrás destes ataques, e não se sabe ao certo qual o impacto que estas caçadas podem ter no ecossistema — ou se os tubarões acabarão por decidir abandonar a área.

Num novo estudo, publicado este mês na revista Frontiers in Marine Science, os cientistas registaram três casos de ataque de orcas a tubarões, entre 2022 e 2023, no Parque Nacional Cabo Pulmo (CPNP), uma área marinha protegida no Golfo da Califórnia, do México.

“Os eventos descritos representam as primeiras interações documentadas de predador-presa entre orcas e tubarões dentro dos limites da área marinha protegida do CPNP”, afirmam os cientistas.

Segundo o Live Science, em janeiro de 2022, um drone filmou seis orcas a rondar uma área que é conhecida por ter numerosos tubarões de Carcharhinus limbatus.

Duas orcas fêmeas adultas, incluindo uma chamada Quetzalli, separaram-se do resto do grupo para caçar um tubarão. No entanto, o mesmo conseguiu escapar para águas mais profundas.

Em 21 de janeiro de 2022, o guia de mergulho local avistou orcas a tentar matar um tubarão-buldogue, ou tubarão touro (Carcharhinus leucas), uma espécie agressiva e de grandes dimensões, que pode atingir os 3,3 metros de comprimento. A caçada foi “um ataque coordenado“, segundo o estudo.

O último ataque documentado, que teve lugar em dezembro de 2023 foi fatal.

“As orcas sempre caçaram naturalmente tubarões e raias no Golfo da Califórnia. Elas caçam tubarões por causa do seu alto conteúdo nutricional presente no fígado e nas vísceras”, diz o principal autor do estudo, Jesús Higuera-Rivas.

No entanto, o recente aumento de observações não significa necessariamente que as caçadas estejam a acontecer mais frequentemente. Pode simplesmente acontecer que a tecnologia moderna, como drones e câmaras subaquáticas, esteja a tornar mais fácil detetar e registar a predação.

Apesar de a caça de tubarões estar a aumentar ainda é demasiado cedo para dizer se poderá ter um impacto ecológico. “Até agora, ainda não recolhemos informação científica suficiente”, salienta Higuera-Rivas.

Os tubarões desempenham um papel fundamental na manutenção do equilíbrio nos ecossistema, pelo que poderá haver consequências para os novos locais se os mesmos se deslocarem.

Soraia Ferreira, ZAP //

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