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“Não somos coitadinhos”. Artistas fazem vigília pelo fim da precariedade na cultura

Tiago Petinga / Lusa

A ministra da Cultura, Graça Fonseca.

Vários artistas portugueses, espalhados por 15 cidades, estão esta quinta-feira a fazer uma vigília pelo fim da precariedade na cultura. Queixam-se de falta de apoios do Estado.

Esta quinta-feira, profissionais do setor da cultura e das artes vão realizar uma vigília em frente à Assembleia da República durante o dia inteiro. A falta de apoios do Estado é a principal reivindicação dos artistas portugueses, que durante esta pandemia de covid-19 ficam sem dinheiro para comer ou pagar as contas.

Ao todo, 15 cidades portuguesas já aderiram à iniciativa. Em Lisboa, a vigília começou às 9h e, no Porto, começa às 14h. Nos últimos dois meses, os trabalhadores deste setor ficaram sem qualquer fonte de rendimento e quase sem apoios do governo.

“A nossa situação já era muito complicada, com muitas falhas a nível laboral, muita coisa que não está legislada… Quando nos mandaram para casa no dia 10 de março, a nossa situação foi também de calamidade. É preciso dar voz, mostrar que não somos coitadinhos mas exigimos direitos! Somos contribuintes, pagamos como todos os trabalhadores e temos que ter os mesmos direitos!”, disse Anaísa Raquel, uma das organizadoras da vigília Cultura e Arte, citada pela TSF.

“Não somos artistas, somos profissionais, queremos que revejam o estatuto do profissional porque não existe, há profissões que nem estão legisladas! Temos que reformular a lei do trabalho, o nosso regime tem que funcionar a contratação, os recibos verdes têm que acabar. Contratação a curto, médio e longo prazo. Chega!”, acrescentou.

Face às preocupações de eventuais ajuntamentos excessivos de pessoas, Anaísa Raquel garante que a vigília vai cumprir todas as normas de segurança e saúde pública. Nunca estarão mais de dez pessoas, que vão trocando por turnos.

“Estaremos em silêncio, em turnos de meia hora e que nunca terão mais de 10 pessoas. Não é uma manifestação, mas estamos na rua com as devidas regras e normas de segurança”, explicou.

A fundadora da Ação pela Cultura 2020 diz que há a necessidade de mostrar ao Ministério da Cultura que é preciso encontrar soluções que se adaptem às formas de trabalhar destes profissionais.

ZAP //

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