Arquipélago russo em estado de emergência após invasão de ursos polares famintos

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Uma região remota da Rússia activou o estado de emergência devido a uma invasão de dezenas de ursos polares à procura de comida.

O alerta foi emitido pelas autoridades do arquipélago de Nova Zembla, onde vivem algumas centenas de pessoas. Há relatos de ursos que atacaram pessoas, e alguns que invadiram mesmo residências e edifícios públicos.

Classificados como espécie ameaçada, estes animais são afetados pelas alterações climáticas e estão cada vez a ser forçados a procurar comida em outros lugares.

Com a redução dos glaciares no oceano Ártico devido ao aquecimento global do planeta, essta espécie de urso é forçada a mudar os hábitos de caça e a passar mais tempo em terra à procura de comida, o que aumenta a possibilidade de conflito com humanos.

Em 2016, cinco cientistas russos estiveram sitiados durante algumas semanas numa estação meteorológica remota em Troynoy, a oeste de Nova Zembla, depois de um grupo de ursos ter cercado o local. A caça de ursos é proibida na Rússia, e a agência federal de Meio Ambiente rejeitou autorização para os abater.

Em Nova Zembla, os ursos perderam o medo dos agentes da polícia e dos sinais usados para os afastar ou conter, o que, segundo as autoridades locais, leva à necessidade de medidas mais drástica. Se todas as outras medidas falharem, o abate pode ser a única solução.

O principal assentamento do arquipélago, Belushya Guba, registou 52 ursos polares nas proximidades, sendo que entre 6 e 10 deles circulam constantemente pelo território.

O administrador do Governo local, Vigansha Musin, afirmou que há pelo menos cinco ursos na região militar local, onde se encontram situadas instalações de defesa aérea da Rússia. “Estou em Nova Zembla desde 1983. Nunca houve uma invasão de ursos desse tipo“, garantiu Musin em comunicado.

O braço direito do administrador local, Alexander Minayev, afirmou que o quotidiano dos habitantes foi afectado pela ameaça dos ursos. “As pessoas estão aterrorizadas, com medo de sair de casa. As rotinas foram modificadas, e pais hesitam em deixar os filhos ir à escola”, disse Minayev.

// BBC

2 Comments

  1. Já falam em abater, não seria melhor transportar-lhes alimento a uma determinada distância que os mantivesse nutridos e ao mesmo tempo afastados dos humanos? Ou será que vão optar pela extinção e mais tarde gastar milhões de euros em experiências em vão tentando reviver a espécie?

  2. Sem duvida….O desaparecimento do seu habitat não é da responsabilidade deste majestoso animal. O aparecimento ser humano foi a pior coisa que aconteceu a este maravilhoso planeta, levando ao drama do desaparecimento das espécies que vemos todos os dias assim como à destruição diária do mesmo . Ainda ponderam abater os animais???? Não será mais fácil criar condições para que estes animais vivam com dignidade? Eles não querem mais do que o direito de ter alimento, alimento esse que o ser humano lhes está a destruir. Lembro que a destruição desta e de outras espécies, destruindo o equilíbrio da Terra será meio caminho andado para o fim da raça humana.

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