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Arcebispo chileno vai ser interrogado sobre ocultação de abusos sexuais

O arcebispo de Santiago, o cardeal Ricardo Ezzati, foi convocado para responder a acusações de ter ocultado casos de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica chilena.

“Reitero o meu compromisso e o da Igreja de Santiago para com as vítimas, na busca da verdade e respeito pela justiça civil”, assegurou Ricardo Ezzati em comunicado, acrescentando ter “a convicção de nunca ter escondido nada ou obstruído a justiça”.

O arcebispo de Santiago foi convocado por Emiliano Arias, procurador regional de Rancugua, no centro do Chile.

Na semana passada, o padre Oscar Muñoz, braço direito de Ezzati, foi detido em Santiago, acusado de abuso sexual e violação de sete menores.

Na sequência desta investigação, procuradores e polícias do Chile conduziram buscas em escritórios da Igreja Católica há cerca de duas semanas, tendo apreendido vários documentos, aponta a BBC.

“Esta não é uma investigação contra a Igreja Católica, mas sim uma investigação de relatos de abuso sexual por membros da igreja que abusaram de menores”, disse o procurador regional do Chile.

Ezzati disse que os oficiais da Igreja deram aos investigadores toda a documentação solicitada, acrescentando que estão a cooperar com as investigações.

A Igreja Católica chilena está a viver uma crise profunda: 158 pessoas, entre bispos, sacerdotes ou leigos relacionados com a Igreja, já foram ou estão a ser objeto de uma investigação por abuso sexual de menores e adultos cometidos nos últimos 58 anos.

No total, a Procuradoria-Geral chilena totalizou 266 vítimas, 178 das quais eram menores de idade. Em maio, três homens vítimas de um padre pedófilo chileno, que foram recebidos pelo Papa Francisco no Vaticano, denunciaram um pacto de silêncio de parte da alta hierarquia da igreja católica do Chile.

ZAP // Lusa / BBC

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