Werner Ustorf / Wikipedia; adibalea / Pixabay
Lamentamos informar, mas, de acordo com um novo estudo, o seu bebé tem provavelmente a boca da mãe, os olhos do pai e o nariz de um Neandertal. E isso dá muito jeito no inverno.
Um estudo recente, liderado por investigadores da University College London e da Fudan University, na China, descobriu que o material genético dos neandertais herdado pelos humanos tem impacto no formato do nosso nariz.
De acordo com o estudo, publicado esta segunda-feira na Communications Biology, um gene específico que resulta num nariz mais longo terá passado por uma seleção natural à medida que os primeiros humanos se adaptaram a ambientes mais frios após migrarem de África.
Desde que o genoma dos neandertais foi sequenciado, há 15 anos, diversos estudos científicos lançaram a luz sobre aspetos até então desconhecidos acerca destes humanos ancestrais — nomeadamente, que se cruzaram com o Homo sapiens, a quem passaram pequenos fragmentos de ADN até hoje presentes no nosso genoma.
“No nosso estudo descobrimos que alguns genes herdados dos neandertais influenciam o formato dos nossos rostos“, explica Kaustubh Adhikari, corresponding author do estudo.
“Esse traço herdado dos neandertais deve ter sido útil aos nossos ancestrais, uma vez que se manteve durante milhares de gerações”, acrescenta o investigador, citado pela Sci News.
Para o estudo, os investigadores recorreram a dados de mais de 6.000 voluntários com ascendência mista europeia, indígena americana e africana em países da América Latina.
A equipa usou fotografias dos rostos dos participantes, concentrando-se nas distâncias entre pontos específicos, como a ponta do nariz ou o limite dos lábios, para investigar a correlação entre várias características faciais e a presença de marcadores genéticos distintos.
Kaustubh Adhikari / University College London
Os investigadores identificaram 33 regiões do genoma associadas ao formato do rosto, 26 das quais conseguiram replicar em comparações com dados de outras etnias, utilizando participantes do leste asiático, Europa ou África.
Notaram então que uma região específica do genoma, conhecida como ATF3, mostrava um padrão interessante: os indivíduos com ascendência indígena americana ou com ascendência asiática oriental tinham neste gene material genético herdado dos neandertais — que originava uma maior altura nasal.
Além disso, a região do gene apresentava sinais de seleção natural, indicando que conferia uma vantagem aos indivíduos portadores deste material genético.
“Há muito tempo que se especula que o formato dos nossos narizes é determinado pela seleção natural, uma vez que os nossos narizes nos ajudam a regular a temperatura e a humidade do ar que respiramos”, explica Qing Li, autor principal do estudo e investigador da Fudan University, em Shanghai, China.
Assim, segundo os investigadores, diferentes formatos de nariz poderão ter sido mais adequados aos diferentes climas em que os nossos ancestrais viviam.
“O gene que identificámos pode ter sido herdado dos neandertais para ajudar os seres humanos a adaptarem-se a climas mais frios à medida que os nossos ancestrais saíam da África”, conclui o investigador.
A verdade é que o Homo sapiens sobreviveu até aos nossos dias, enquanto os neandertais se extinguiram — não por falta de um nariz à altura dos rigores do inverno, mas porque, diz um estudo de 2016, não sabiam fazer agasalhos.
Assim, não se preocupe muito. Se o seu bebé tem um narizinho mais longo, provavelmente tem genes neandertais — mas vai gastar menos em xarope para a tosse durante o inverno
sequenciado, há 15 anos, diversos estudos científicos lançaram a luz sobre aspetos até então desconhecidos acerca destes humanos ancestrais , não era desconhecido já havia uma forte referenciado em muitos textos antigos o facto do nariz comprido esse estudo obviamente não inclui Portugal mas existe tanto conhecimento fora da ciência que está há séculos ao milhares de anos referenciado que é engraçado ver como a realidade é desconhecida a quem não a procura conhecer, a roupa dos neandertais até era mais avançada parece que as pessoas desconhecem por completo a história.