O assistente virtual da Apple vai deixar de ter a voz feminina como definição padrão, passando os consumidores a poder escolher entre várias opções.
A Apple anunciou, esta quarta-feira, que os seus dispositivos móveis vão começar a dar aos consumidores a possibilidade de escolher entre várias vozes no momento em que estiverem a configurar o assistente virtual Siri, conta a cadeia televisiva CNN.
Atualmente, a gigante tecnológica permite que os utilizadores escolham entre uma voz masculina e feminina, bem como entre vários sotaques diferentes, nos quais se inclui o americano, o britânico, o indiano e o irlandês.
No entanto, nos Estados Unidos, a definição padrão do assistente virtual é a voz feminina, enquanto que em alguns países, como o Reino Unido, a definição padrão é a voz masculina.
Além desta novidade, a Apple disse ainda que vai acrescentar duas novas vozes. “Estamos entusiasmados por introduzir duas novas vozes Siri para pessoas que falam Inglês e a opção para que os utilizadores possam selecionar a voz que desejam no momento de configurar os seus dispositivos”, disse a empresa em comunicado.
“Esta é a continuação do compromisso de longa data da Apple com a diversidade e a inclusão, assim como produtos e serviços que são desenvolvidos para melhor refletir a diversidade do mundo em que vivemos.”
Segundo a estação norte-americana, estas alterações já estão disponíveis no novo sistema operativo iOS 14.5 beta, que foi lançada esta quarta-feira, e também entrarão em vigor para os consumidores que tiverem de configurar um novo dispositivo da Apple quando a atualização de software for lançada de forma mais ampla, ainda este ano.
Os estereótipos de género entre assistentes virtuais como a Siri, a Alexa (da Amazon) e o Google Assistant há muito que são uma preocupação. Em 2019, um relatório das Nações Unidas alertou para o facto destas assistentes virtuais perpetuarem a ideia de que as “mulheres são prestáveis, dóceis e estão ansiosas por agradar”.
Numa entrevista ao ZAP, à margem da sua participação na Web Summit desse ano, a diretora para a Igualdade de Género da UNESCO, Saniye Gülser Corat, explicou que o problema não está nas assistentes virtuais em si, mas sim na forma como as pessoas que estão por detrás delas as estão a desenvolver.