Após uma estreia de “sonho”, João Félix, que se tornou no mercado de verão o futebolista mais caro da história do Atlético de Madrid, garantiu que nada o vai impedir de fazer o seu futebol, frisando a vontade de ajudar os colchoneros a alcançar objetivos coletivos.
O futebolista de 19 anos, que deixou o Benfica para rumar ao Atlético de Madrid num negócio de 126 milhões de euros, deu uma entrevista ao jornal espanhol AS, na qual comentou a vitória frente ao Real de Madrid (7-3), na qual fez um golo e duas assistências.
“Foi uma estreia de sonho, acabei o jogo muito contente, foi o meu primeiro dérbi e fazer o fiz neste jogo é um pouco difícil. Estou satisfeito por isso. Correu melhor do que aquilo que esperava. Não imaginava nada disto. Estou muito contente, ganhámos, mas é um jogo de pré-temporada e serve como trabalho de equipa”, disse.
Apesar da tenra idade, João Félix afirmou estar “habituado” à pressão do futebol profissional. “Tenho 19 anos mas esta é a minha profissão e estou habituado [à pressão]. As coisas são mesmo assim e eu sei disso. O meu primeiro ano com o Benfica não foi fácil, principalmente no início. Mas depois, com a ajuda dos meus colegas, tudo correu bem. Espero que também seja assim no Atlético”.
Questionado sobre a possibilidade de não se integrar bem no futebol espanhol, devido à sua aparente fragilidade física, o português mostrou-se confiante, realçando outras das suas qualidades como jogador. “Nada me vai impedir de fazer o meu futebol. Posso não ter muito físico mas tenho outras coisas que os outros [jogadores] não têm. E isso vai ajudar-me muito”, garantiu, sem querer apontar um número de golos que espera fazer.
Segundo João Félix, o objetivo é “ir pouco a pouco, jogo a jogo, golo a golo”.
Garantindo estar “bem” e “muito contente” no novo clube, o futebolista voltou a realçar, tal como tinha feito na sua apresentação, que quer, mais do que destacar-se individualmente, ajudar a equipa a alcançar objetivos coletivos.
“Vou fazer o meu trabalho da melhor maneira possível, jogar o melhor que conseguir para ajudar a equipa e o clube. O que mais destaco no Atlético é a paixão que existe, é como uma família, são os irmãos que dizem que são e pude ver isso nestes primeiros dias”, explicou, dando conta que a vontade de trabalhar com o treinador Diego Simeone foi um dos fatores chave para escolher o Atlético de Madrid.
Sobre as competições que vai disputar, João Félix disse que a “a Liga dos Campeões é um sonho de criança” e “seria incrível” vencê-la com os colchoneros. Além da liga milionária, destacou ainda o campeonato espanhol, outra competição “importante”.
O antigo jogador do Benfica contou ainda que vive em La Finca, o bairro de luxo de Madrid onde também vivia Cristiano Ronaldo quando jogava no Real Madrid, e revelou por que usa o apelido da mãe, Félix, e não o do pai, Sequeira.
É uma questão de tamanho: “O [apelido] do meu pai é maior. É curioso, mas não há mais nada por detrás disso. Não há nenhuma razão especial”.
Goleada pode ter gerado discussão no Real Madrid
De acordo com o portal Don Balon, a goleada imposta pelo Atlético gerou uma discussão entre Sergio Ramos e o treinador Zidane. O capitão merengue terá dito ao treinador francês que “o avisou” sobre a qualidade de João Félix.
Conta a mesma fonte que, quando o Real Madrid tinha João Félix debaixo de olho, Ramos falou do seu talento ao treinador francês. Ainda assim, o clube optou por contratar o sérvio o sérvio Luka Jovic ao Eintracht Frankfurt, desistindo do jovem português ainda numa fase muito inicial das negociações.
Jovic, de 21 anos, que também passou pela formação do Benfica, custou 60 milhões de euros ao Real Madrid. O valor do negócio poderá ter sido decisivo para a escolha do jogador sérvio.