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Andante: há uma forma de poupar dinheiro (e a maioria dos passageiros nem sabe)

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ZAP

Mais um exemplo em que a tecnologia traz resultados agradáveis: usar uma aplicação poupa 40% para alguns passageiros.

Em Dezembro passado, partilhámos aqui uma falha que descobrimos para quem utiliza o passe mensal Andante – utilizado na STCP, na Metro do Porto, na CP ou na UNIR, entre outros, na Área Metropolitana do Porto.

Destacámos o facto de não se poder alterar o passe mensal Andante 3Z ou Andante Municipal (30 euros) para o passe Andante Metropolitano (40 euros) já durante o mês em causa.

Nessa altura, contactámos a TIP – Transportes Intermodais do Porto, que explicou a origem dessa lacuna mas, na mesma resposta, salientou que há uma forma de ultrapassar dificuldades como esta: a aplicação Anda.

Isto já depois de, igualmente por e-mail, uma leitora do ZAP ter chamado a atenção para a existência da mesma aplicação.

A nossa leitora destacou que essa aplicação permite usar todo o percurso sem pagamento prévio; associa-se um método de pagamento, paga-se só no início do mês seguinte e esse valor final nunca ultrapassa os 40€ (valor máximo de um passe, desde 2019).

Como indica a própria Metro do Porto, a Anda tem em conta as viagens realizadas pelo passageiro e opta pelo melhor tarifário a aplicar a cada cliente.

O que é preciso ter: telemóvel (obviamente), dados NFC e Bluetooth – sempre ligados, quer na validação na máquina habitual, quer durante toda a viagem.

Fizemos a experiência em Janeiro

Já com um mês completo de experiência, mostramos um exemplo de um passageiro que faz algumas viagens por mês. Nem todos os dias, nem só uma vez por semana.

O resultado em Janeiro foi: 11 títulos de viagem Z3, três Z2, duas viagens Z4 e um título Andante 24 Z3.

Nos casos das viagens Z2 e Z3, não se registou qualquer diferença para um cartão físico com títulos ocasionais.

No entanto, a conclusão é outra nos outros dois casos.

Z3 passa a Z4

Nas duas viagens realizadas com Z4, em dois dias, foi a aplicação que fez esse cálculo pelo passageiro. Analisou as horas de validação e de fim de viagem e incluiu uma viagem Z4 em cada um dos dois casos.

Porque, se tivesse sido o passageiro a carregar um cartão físico, quase de certeza que iria gastar quatro viagens Z3; e não apenas duas viagens Z4.

Explicamos: nesses dois dias, estamos a falar de viagem de três zonas, de ida e volta (com paragem curta no destino, é certo). Um passageiro teria comprado uma viagem Z3 para ir e uma viagem Z3 para voltar; no entanto, como as validações ainda encaixaram na margem temporal de uma viagem Z4 – ultrapassou a margem do Z3 – a Anda transformou duas viagens numa só.

Mesmo tendo passado de Z3 para Z4, a aplicação transformou um custo de 3,60 euros (duas viagens Z3) numa despesa de 2,25 euros (uma viagem Z4). Como foram dois casos, em vez de pagar 7,20 euros o passageiro poupou e pagou apenas 4,50 euros.

Se forem por exemplo cinco dias assim, em vez de 18 euros o cliente paga apenas 11,25 euros.

Andante 24

O Andante 24 Z3 também poupou dinheiro – o Andante 24 é um título ocasional que permite viajar durante 24 horas seguidas dentro de determinadas zonas (três, neste caso) à volta do local onde iniciou a primeira viagem do dia em causa.

O passageiro fez seis viagens Z3 nesse dia, o que daria um custo de 10,80 euros num cartão físico, com viagens isoladas. Na aplicação Anda – que não contabilizou as seis viagens separadas, mas sim um dia inteiro a viajar com Z3 – pagou apenas 6,65 euros.

Ou seja, nestas duas situações, usar a aplicação no telemóvel permitiu poupar cerca de 40%.

E está tudo certo; não houve qualquer erro tecnológico ou engano nas contas por parte do sistema. A aplicação é que faz cálculos que a grande maioria dos passageiros não faz, em princípio.

Repetimos que estão em causa títulos ocasionais. Esta poupança não se aplica a quem utiliza o Andante todos os dias, ou seja, passe mensal.

Mas… continua a poupar. Mesmo para quem tem passe mensal. Paga 10 cêntimos por mês por ter um cartão virtual – em vez dos 6 euros do cartão físico. E não tem “prazo de validade” de 5 anos, como o cartão físico.

A aplicação Anda é utilizada por poucos passageiros. A TIP divulgou ao ZAP que, por mês, há cerca de 11.600 contas ativas na Anda. A aplicação tem cerca de 46 mil clientes ativos, com 210 mil validações mensais.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

7 Comments

  1. A app Anda é fantástica.
    O que é engraçado é que essa app a existe há, nada mais nada menos, do que 6 anos!
    É muito pouco utilizada por três razões, na minha opinião:
    – Por ignorância de muitos utentes
    – Por muitos utentes terem telefones sem NFC
    – Por haver utentes que têm iPhone (a app Anda só existe para Android)

  2. Quem tem mais de 65 anos tem de ir a uma loja andante para que configurar o perfil e acrescentar a tarifa social permitindo assim não ultrapassar os 30 euros.

  3. Convém referir que nas carreiras da Unir do lote 4 – Vila Nova de Gaia, não é possível usar o Anda pois os veículos não tem validadores adequados. Esta semana fui obrigado a tirar um bilhete pelo motorista que não sabia o que a APP era e que dava erro no validador.

  4. Manuel Correia, a aplicação aceita qualquer desconto social assim como os cartões físicos. Basta pedir numa loja andante. Ou seja, mesmo quem tem mais de 65 anos ou quem tem um passe social, pode usar o Anda na mesma.

    Pedro não és obrigado a tirar bilhete por culpa dos motoristas. Nem quando a APP não funciona por culpa do sistema deles. Estou sempre a andar de graça por causa desses erros dos validações dos autocarros.

    O único erro do texto é dizer que “não tem prazo de validade de 5 anos”, dando a entender que se paga menos nos 0,10€/mês do que 6€/5 anos no cartão físico. O valor é o mesmo. Matemática básica.

  5. Uso a app Anda desde 2020 e não troco por nada, funciona muito bem. Vivo em Gondomar e uso metro, comboio e autocarro. Sempre funcionou com a Gondomarense, só agora com a Unir deixou de funcionar, mas os motoristas permitem passar sem validar. Até que o sistema esteja a funcionar devidamente, nenhum motorista pode exigir o pagamento de bilhete, pois o facto é que o passageiro tem um título válido para o transporte, a empresa é não tem os meios para o validar de momento.

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