Um imprevisto positivo pode tornar-se num imprevisto negativo, no Grande Porto. Em Lisboa o funcionamento é diferente.
Descobrimos um cenário algo “escondido” para quem utiliza o passe mensal Andante – utilizado na STCP, na Metro do Porto, na CP ou na UNIR, entre outros casos. Sempre dentro da Área Metropolitana do Porto.
Vamos simular um cenário para um futuro próximo.
Na próxima semana, por exemplo no dia 27 de Dezembro, o passageiro renova o seu Andante 3Z ou Andante Municipal.
O primeiro é válido em 3 zonas escolhidas pelo cliente, o segundo é válido dentro de um concelho. Ambos custam 30 euros cada.
Como sempre, a renovação da assinatura mensal é feita para o mês seguinte. Janeiro, neste caso.
No entanto, Janeiro começa e, logo no dia 4, o passageiro recebe um telefonema inesperado (mas positivo) e fica a saber que conseguiu um novo emprego; vai trabalhar longe de casa.
Vai passar a sair do concelho onde vive, todos os dias; e as três zonas já não são suficientes.
O cliente vai então a uma Loja Andante e tenta alterar o passe já durante o mês em causa. Quer agora um Andante Metropolitano (40 euros), que dá para qualquer zona onde o Andante opere.
Pode – mas fica caro. Bem mais caro.
O passageiro é obrigado a comprar um novo cartão (6 euros) e a pagar 40 euros por circular em Janeiro – além dos 30 que tinha pagado na semana anterior.
Ou seja, uma mensalidade que seria de 40 euros passa a ser de 76 euros.
A alternativa: gastar os “títulos ocasionais”, as senhas, diariamente. Algo que deve sair ainda mais caro do que aquela diferença de 46 euros.
A mudança de Z3 para Metropolitano só pode ser feita normalmente, por 10 euros, se o cliente ainda não tiver utilizado o Andante no mês em causa. Se já validou, nem que tenha sido uma vez, a mensalidade passa quase para o dobro.
Explicação e alteração em 2024
Perguntámos à Linha Andante porque isso acontece e se está nos planos da empresa alterar essa situação. Após a publicação deste artigo, a TIP – Transportes Intermodais do Porto confirmou o parágrafo anterior.
E explicou: “Esta questão está relacionada com o modelo de repartição de receita definido pelo Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART) em que foram criados títulos que, na altura, não podiam ser trocados“.
Mas esta situação pode mudar já em 2024: “Temos vindo a trabalhar no aperfeiçoamento de alguns procedimentos, sendo esta uma das melhorias que estimamos trazer a público no próximo ano”.
Na resposta ao ZAP, a TIP sugere a utilização da aplicação Anda, na qual o cliente não tem de escolher nem pagar previamente o título de transporte que utiliza. Paga o que usa – num máximo de 40 euros por mês.
Em Lisboa
O cenário é diferente no Navegante: durante o mês é possível trocar o passe Navegante Municipal (30 euros) por passe Navegante Metropolitano (40 euros). Essa troca pode ser feita até ao dia 25 do mês a que respeita o passe. E paga-se 10 euros, confirmou a Metro de Lisboa ao ZAP.
O sentido contrário não é possível. Não se pode alterar de Navegante Metropolitano para Navegante Municipal.
As devoluções, que também podem ser pedidas, são aceites antes do início do mês em causa.
(artigo actualizado às 12h54 do dia 19/12, com resposta da TIP)
Será “pagado” ou “pago”!…
Caro leitor,
O verbo “pagar” usa-se com a forma “pagado” quando associado ao verbo “ter”, e “pago” quando associado ao verbo “ser.
“Tinha pagado”, “foi pago”.
Se o utente do Andante não for infoexcluído, tem a app Anda e usa-a para pagar as suas viagens.
Através da app Anda, se o utente gastar mais de €30 num mês, o valor do passe é automaticamente aplicado.
Deixa de haver necessidade de renovar o passe nas bilheteiras no início de cada mês. Uma tecnologia que existe desde 2018 mas que apenas um ínfima percentagem dos passageiros utiliza.