O Parlamento da República Checa, um dos países com maior taxa de contágios de covid-19 na Europa, recusou o pedido do Governo de coligação minoritária para alargar o atual estado de emergência.
A República Checa é um dos países com maior taxa de contágios com o vírus que provoca a covid-19 na Europa, mas o Parlamento recusou o pedido do Governo liderado pelo magnata e populista liberal Andrej Babis para alargar o atual estado de emergência, necessário para implementar restrições e outras medidas contra a pandemia a nível nacional.
“O estado de emergência não resolve a qualidade de vida no país nem a eficácia das medidas. É um cheque em branco que permite ao Governo mudar os padrões de comportamento social de uma hora para a outra. Isto afeta 10 milhões de pessoas”, disse o líder da oposição Ivan Bartos, do Partido Pirata.
A decisão significa que as medidas nacionais, tais como o encerramento de lojas e locais de entretenimento não essenciais, bem como as restrições à circulação de pessoas, incluindo o atual recolher obrigatório noturno, deixarão de ser aplicáveis a partir da meia-noite de domingo para segunda-feira.
Além disso, a distribuição de vacinas e a sua logística serão entregues às regiões, cujos governos poderão declarar um estado de risco nos seus territórios, habilitando-as a tomar medidas locais para aliviar a situação crítica nos respetivos hospitais.
“Estamos a combater outro tipo de vírus e agora estamos a retirar a arma do Governo para o combater”, apelou o Ministro do Interior Jan Hamacek à Câmara, numa referência às mutações do Sars-CoV-2, que são 40% mais resistentes.
Os comunistas, cujo apoio permitiu à coligação de liberais populistas e sociais-democratas prolongar o estado de emergência em cinco ocasiões, não ofereceram agora o seu apoio ao Executivo, depois de não terem visto cumpridas as suas exigências para a abertura de escolas e estâncias de esqui.
No país da Europa Central, onde o estado de emergência está em vigor desde 5 de outubro, cerca de 10 mil casos continuam a ser comunicados diariamente, com quase 100 mil contágios ativos, cerca de 20 vezes mais do que na vizinha Áustria, que tem uma população semelhante. Cerca de 5.800 pessoas estão hospitalizadas, incluindo mais de mil em estado grave.
Segundo os últimos dados, a taxa de contágio acumulada nas últimas duas semanas é de 914 por 100 mil habitantes, a segunda mais alta da Europa depois de Portugal, enquanto a taxa de mortalidade é de 176 por milhão de habitantes, apenas atrás de Portugal e da Eslováquia.
Foram decretados encerramentos de perímetro de três províncias no norte do país, com incidências entre três a quatro vezes acima da média do país: duas fronteiriças com a Alemanha e outra com a Polónia, devido à elevada incidência.
Presidente da Guiné-Bissau “quase morreu”
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, revelou que esteve infetado pelo novo Coronavírus e que “quase morreu” da doença, que o deixou com sequelas, embora esteja neste momento de “boa saúde”.
Umaro Sissoco Embaló fez a revelação ao chegar ao Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, de Bissau, vindo de Dacar, no Senegal, para onde se tinha deslocado para controlo médico.
“Há um ano passei o coronavírus, que é uma doença que não se deve esconder, é normal”, afirmou o chefe de Estado, acrescentando que sofreu um acidente vascular “pulmonar”. “Foi uma coisa muito séria, podia ter morrido, ainda há sequelas, mas não há nada de inquietante pois tudo está normal comigo”.
O Presidente guineense afirmou que desde aquela altura se que tem deslocado ao estrangeiro para controlo de rotina, o que fazia em França, mas ultimamente decidiu passar a fazer no Senegal.
Foi a primeira vez que Umaro Sissoco Embaló abordou perante a comunicação social o facto de ter estado infetado pelo novo coronavírus, ainda que regulamente apareça em campanhas de sensibilização, através da Televisão da Guiné-Bissau, a exortar a população sobre as formas de evitar o contágio da doença.
A Guiné-Bissau registou um total acumulado de 2.869 casos, incluindo 46 vítimas mortais devido à covid-19. Na sequência do aumento de casos que se tem registado desde o início do ano, o governo guineense decidiu decretar o estado de calamidade até 23 de fevereiro, encerrar os estabelecimentos escolares e cancelar as celebrações do carnaval.
ZAP // Lusa
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Suponho que já não se chama República Checa mas Chéquia.
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo.
Ao contrário da Holanda, que mudou de nome, a República Checa não deixou cair o nome para o substituir por Chéquia. O nome formal e oficial do país continua a ser “República Checa”. Desde 2016, passou a ter uma segunda denominação, “Chéquia” — que é igualmente válido para designar o país.
Muito obrigado pelo esclarecimento, ZAP! Eu próprio, quando comentei, não pude confirmar a minha dúvida, daí o “suponho”.