“Apagão total” do navio Mondego causa “estranheza”. NATO deixa aviso

25

João Homem Gouveia / Lusa

Navio-patrulha Mondego

O navio-patrulha Mondego atracado na Madeira.

O navio NRP Mondego teve um “apagão total” na avaria de segunda-feira à noite, o que está a causar “estranheza” por ser algo “muito raro”.

A embarcação ficou sem energia e à deriva a cerca de 11 quilómetros da costa do Funchal quando se deslocava para as Ilhas Selvagens. Teve que ser rebocada e está, nesta altura, ancorada no Porto do Caniçal, na Madeira.

A Marinha vai investigar em que condições se encontra. Mas a guarnição está, neste momento, sem acesso a luz e a água, e os dois motores do navio estão inoperacionais, segundo a RTP1.

O navio teve um “apagão total” na segunda-feira à noite, uma avaria que causou “especial estranheza”, como diz fonte não oficial ao Correio da Manhã (CM), salientando que a guarnição “não conseguiu recuperar qualquer energia”, algo que é “muito raro”.

Esta nova avaria surgiu depois da reprimenda dado pelo almirante Gouveia e Melo, Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), aos 13 militares que se revoltaram, recusando embarcar no navio para uma missão de patrulhamento, alegando que a embarcação não tinha condições de segurança devido aos problemas que já apresentava.

Estes 13 militares referiam, nomeadamente, avarias nos motores e nos geradores. O navio já estava “muito limitado” antes desta nova avaria, segundo revelam fontes não identificadas ao CM.

Observador da NATO deixa aviso a Portugal

Estas notícias relacionadas com os problemas no NRP Mondego são uma “mancha” para a reputação internacional de Portugal, refere o observador da NATO José Francisco Paiva em declarações à RTP1.

Este tipo de casos “corrói a credibilidade” portuguesa, salienta este observador, realçando que as “notícias têm impacto internacional e acabam por ter repercussão”, dando “a conhecer aos nossos aliados, na NATO e não só, que existem estas dificuldades com os navios da armada portuguesa”.

Chefe das Forças Armadas separa problemas do navio do motim dos militares

O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), José Fonseca, considera que os problemas como o NRP Mondego não afectam a soberania portuguesa, nem a fiscalização da Zona Económica Exclusiva (ZEE), até porque existem “outros meios”.

“Não é apenas um navio que faz a fiscalização da nossa zona. Temos meios aéreos, temos meios electrónicos, temos outros meios de vigilância e, portanto, não cremos que essa área tenha sido afectada”, assegura.

José Fonseca também garante que a “essa questão do navio que não consegue cumprir missões está a ser devidamente tratada pela Armada”.

Apesar dos problemas com a embarcação, o CEMGFA trata de separar o caso do acto de insubordinação dos militares. “Devemos distinguir uma ordem que não foi cumprida e uma missão que não foi realizada”, defende.

“Há um facto indesmentível, incontornável, no dia em causa em que não se cumpriu uma ordem [11 de Março], é um assunto do foro disciplinar e criminal, e, portanto, as entidades tirarão as suas consequências”, alerta também José Fonseca.

O CEMGFA acrescenta que os problemas no NRP Mondego não afectam a imagem de Portugal ao nível internacional. “O que poderá resultar em termos de alguma imagem menos positiva é uma ordem não ter sido cumprida“, refere a propósito do motim dos militares.

Marcelo aguarda por conclusões da investigação

O Presidente da República não comenta a nova avaria no NRP Mondego e diz que o caso “está a ser averiguado”. “Vamos ver a conclusão a que se chega”, aponta Marcelo Rebelo de Sousa.

“Acompanho, como Comandante Supremo das Forças Armadas, o que se passa, mas não vejo razão nenhuma – até seria contraproducente – estar no meio deste processo a dizer o que quer que fosse”, constata ainda.

ZAP // Lusa

25 Comments

  1. Como ja tinha dito… os podres estão a vir ao de cima depois de tantos anos de corrupção em Portugal!

    É bem feito para os portugueses que vão pagar caro com isto! E pode ser que aprendam com os franceses a exigir melhores condições e a combater a grande teia de corrupção que afecta todos os sectores de Portugal!

  2. Será que para além de cobardes temos na marinha também sabotadores/traidores ? Hà quem se venda por um prato de ervilhas, ou por favor a um partido ou organização , não me estranhava. Mas é apenas um pensamento meu .

    • Não deve ser preciso isso. Estando o material em condições tão precárias é natural que falhe.
      Sorte dos amotinados que viram ser-lhes dada razão na prática.
      Num local decente o Almirante e todos os restantes envolvidos demitiam-se, mas isso era num país a sério e decente.

      • É gravíssimo. Este almirante MENTIU descaradamente e em direto nas televisões. Se tem alguma dignidade: DEMITA-SE.

  3. Cheira-me a sabotagem efectuada por parte de quem está no navio, para dar credibilidade à atitude dos camaradas revoltosos …. sem dúvida, que há muita corrupção em PORTUGAL, é vergonhoso, mas os “chuchas” são insaciáveis. O Zé Povinho tem que acordar urgentemente, antes que seja tarde, pois para ter uma democracia onde podemos falar, mas somos roubados a torto e a direito, quase que arrisco a dizer que venha outro regime !!!

  4. Não é surpresa nenhuma. Quando os marinheiros se recusaram a embarcar, dos 3 geradores que o navio tinha só funcionava 1 e com problemas.

  5. O Sr. Almirante Gouveia e Melo, político da nação portuguesa, devia ir à Madeira falar aos microfones para a atual guarnição do navio Mondego e dizer-lhes que está tudo muito bem, que não se preocupem, pois o seu gabinete no Estado Maior tem luz, água e todas as comodidades e enquanto ele for o timoneiro imposto para chefiar a Armada nada acontecerá, a não ser estas pequenas avarias, de somenos importância. Os amotinados nada percebem de navios, devem confiar nos seus chefes, comer e calar! Oh, amotinados, lembrem-se que os chefes têm sempre razão! A vossa sorte é que Deus escreve direito por linhas tortas ou os deuses andam a sabotar os navios portugueses e, em particular, o Mondego e o pobre Almirante, que se remeteu ao silêncio, como devia ser sempre o seu timbre como militar. Já mete dó toda esta situação.

  6. Ha alguns sábios a fazer juizos precipitados e isso por vezes dá mau resultado.
    Depois têm de enfiar a viola no saco!
    Deixem investigar quem está incumbido dessa tarefa apresentar as conclusões.
    Era bom que a investigação chegasse a conclusões inatacáveis sejam elas quais forem.
    Até pode car-se o caso de haver surpresas…
    E por aqui me fico…

  7. É evidente que não podem ser marinheiros a determinar que missões podem ou não podem ser cumpridas pelos seus navios. Em caso de algum problema, quem tem a obrigação de alertar as chefias é o comandante do navio, e os marinheiros que estavam conscientes das dificuldades operacionais deviam ter chamado a atenção do comandante, o qual deveria ter analisado a situação e, se as deficiências fossem confirmadas, deveria ter informado as chefias que o navio não estava em condições para levar a cabo a missão atribuída. Ora parece que os marinheiros chamaram de facto a atenção do comandante e que foi este que não cumpriu com as suas obrigações. Foi esta falha do comandante que acabou por forçar os marinheiros a um ato de indisciplina que terá de ser punido. Mas punido deverá igualmente ser o comandante do Mondego. E o CEM da Armada, que permitiu que um navio sem capacidade operacional fosse designado para uma missão. E quem deve sofrer a punição mais ligeira são os marinheiros que violaram a disciplina militar.

    • O problema é que o almirante disse que o navio estava operacional e agora confirma-se que não estava. Mentiu de forma descarada, e tem que pagar por isso, caso os marinheiros também venham a ser penalizados.

  8. Sejamos objetivos:
    FACTOS:
    1 – O NRP Mondego tem dois motores e três geradores;
    2 – Um dos motores encontrava-se avariado;
    3 – Um dos geradores encontrava-se avariado.
    Daqui decore que:
    4 – Um dos motores encontrava-se em sobre-esforço;
    5 – Dois dos geradores encontravam-se em sobre-esforço;
    6 – O motor ainda em funcionamento sobre-esforçado tinha duas mil (friso, duas mil!!!) horas de trabalho em excesso, face ao período de paragem para manutenção.
    Ou seja,
    7 – Se a situação em que este motor operava já era muito grave em situação normal (isto é, acompanhado do outro motor), torna-se uma bomba-relógio, no caso rela, em que o referido motor tem de fazer todo o esforço de tração do navio e de alimentação dos sistemas de bordo.
    E deixo de parte as alegações dos 13 tripulantes que se recusaram a embarcar, relativamente ao casco meter água e ao depósito de óleos estar roto…
    Sejamos honestos – num navio nestas periclitantes condições, seria necessário sabotar o que quer que fosse, para que ele avariasse???

  9. 1°) -Este caso vai ser outro como o de tangos, faz correr muita tinta e depois abaca se tudo, como tantos outros casos que esta podridao afeta este terro desta tao bela patria mae ( Portugal )
    2°)- Ninguem conhecia este homem com tantôt brillantes espostos ao peito e que nao tem logar para mais, de récente durante à pandémie apprécié, devia estar escondido dentro de alguma gaveta, digo eu, e agora vem para asui todos os dois dias mostrar se, devia ter saido da invernaçao.
    3°)- pergunta: como se pode comprar material para as força armada se o capital e desviado para criar homens endinheirados, m’as nao ha que esquecer que temos homens de negocios especializados para aquizicao de material tal com sobmarinos etc etc socataria e ferro velho, isto e o que herdamos para à patria mae depois do 25 abril. Estamos à caminho de sermos um pais nao do primeiro mundo m’as sim do 3° mundo, m’as o povo esta contente

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.