“A Marinha não mente”. Incidente com o Mondego foi “erro humano que está a ser investigado”

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José Sena Foulão / Lusa

O chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Henrique Gouveia e Melo

O Almirante Gouveia e Melo diz que o incidente com o navio Mondego foi “um erro humano que está a ser investigado”.

Em declarações aos jornalistas, durante uma deslocação ao Porto, cidade que vai ser palco das comemorações do Dia da Marinha, o Almirante Gouveia e Melo diz que o incidente com o NPR Mondego foi “um erro humano que está a ser investigado”.

“A única coisa que lhe posso dizer é que a Marinha não mente, e que o problema, o último incidente, não teve origem em problemas mecânicos ou problemas da plataforma”, disse Gouveia e Melo.

“Foi um erro humano que nós estamos a investigar“, acrescentou o Almirante.

O CEMA referia-se ao incidente que, no passado dia 27 de março, impediu o Mondego de cumprir uma missão na Madeira, depois de ter aparentemente perdido dois motores e dois geradores por falta de combustível.

De acordo com um comunicado da Marinha divulgado na segunda-feira, a causa da paragem súbita de quatro motores diesel, dois geradores elétricos e dois propulsores, resultou de baixos níveis de combustível no tanque de serviço que alimenta os respetivos motores e geradores.

O chefe de Estado-Maior da Armada recusou comentar as estratégias dos advogados dos 13 militares que a 11 de março recusaram cumprir uma missão de acompanhamento a navio russo.

Não vou começar a responder aos que os advogados pretendam que eu faça ou deixe de fazer. Nós fazemos o que temos de fazer, cumprimos com a lei e com os procedimentos legais”, disse, quando questionado sobre a possibilidade de tornar os processos disciplinares da Marinha públicos.

Também questionado sobre as afirmações do antigo chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, de que a associação de Gouveia e Melo ao Palácio de Belém estava a prejudicar a Armada portuguesa, o CEMA disse estar “totalmente centrado” nas suas funções.

Em março, o próprio Gouveia e Melo admitiu que o caso de insubordinação na Marinha pode ter tido um objectivo político, no sentido de manchar a sua imagem como chefe do Estado-Maior da Armada.

“Parece-me que muitas motivações para o circo que se instalou à volta deste caso, apesar da sua gravidade, não têm unicamente a ver com este facto, mas são por causa da popularidade que me tem sido atribuída”, afirmou Gouveia e Melo ao jornal Nascer do Sol.

Estas palavras merecem as críticas do advogado dos militares, Paulo Graça, que, em entrevista à SIC Notícias, salienta que estes foram “acusados, condenados e sancionados em praça pública” por Gouveia e Melo, antes mesmo de terem sido ouvidos.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. claro que a marinha (instituiçao) nao mente, mas mentem os que estaão à frente dela (oficiais)
    afinal os insubordinados tinham razao quando diziam que o navio era um pergio a navegar
    sempre que abre a boca, enterra-se cada vez mais., mais valia estar calado

    • Calado devias estar tu. Os subordinados não podem questionar a hierarquia. Ponto final. Não compete aos subordinados avaliar as ordens que lhes são dadas. Devem limitar-se a cumpri-las. O subordinado não pensa, executa as instruções que lhe são dadas. Não perceber isto é não perceber a lógica básica que preside à estrutura militar.
      Se assim não fosse, ninguém iria para a frente de batalha.

  2. No fundo, o verdadeiro responsável por toda esta situação, o Comandante do navio que não foi capaz de fazer com que os seus homens tivessem nele confiança e garantir que os mesmos cumprissem a missão, continua como se nada fosse.

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