António Pedro Santos / LUSA

Ainda não é possível determinar com certezas os danos económicos causados pelo apagão, mas os piores cenários contabilizam o equivalente a 1 dia de PIB.
“No cenário mais pessimista, perdeu-se um dia no produto interno bruto (PIB), o que dá cerca de 1,1 mil milhões de euros“. Quem o diz é Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), ao JN.
No caso da indústria, por exemplo, a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) avança que o “trabalho pago e não efetuado” pelos funcionários das empresas custou em média de 16 milhões de euros.
“Além dos salários, e antes de quantificar tudo aquilo que os atrasos irão causar, estamos a falar de mais de uma centena de milhares de euros por empresa, em prejuízos diretos”, diz a diretora-geral, Mafalda Gramaxo.
Já em Espanha, o impacto foi estimado entre 900 e 1.500 milhões de euros, segundo o El País, mas cada dia representa um aumento de 4,5 mil milhões de euros do PIB. Teoricamente, seria esse o impacto, mas observando com mais detalhe, há danos que foram compensados por outros setores. Os analistas esperam que o impacto possa ser revertido nos próximos dias.
“Os hotéis não deixaram de cobrar a noite, muitos bares e restaurantes continuaram a prestar parte dos seus serviços e outros setores que contabilizam a sua atividade a longo prazo, como a agricultura e a pecuária, quase não sofreram os efeitos do apagão”, denota o professor espanhol de Economia Manuel Hidalgo.
Também o diretor da FEP alerta para prudência: “também houve mais atividade económica noutros domínios”, pelo que esse valor positivo acaba por compensar uma parte do PIB perdido.
O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, diz que cerca de 85% das empresas mantiveram a atividade. “É evidente que houve vendas de produtos de forma extraordinária, mas também houve alguma perda. Olhamos para este dia como uma demonstração da nossa capacidade, muito mais do que um dia em que pudemos fazer negócio”.
Portugal e Espanha suspendem troca de energia
A REN adiantou esta quarta feira que o intercâmbio comercial de energia entre Portugal e Espanha não está a funcionar por precaução, após o apagão maciço que atingiu a Península Ibéria.
O administrador da REN, João Faria Conceição, referiu ainda que espera que a “fase final” para a “estabilização completa do sistema” esteja concluída até às 00:00 de quarta-feira, em declarações na CNN Portugal.
João Faria Conceição esclareceu que, pouco antes das 23:30 de segunda-feira, foi restabelecida a ligação a toda a sua infraestrutura, enquanto a operadora da rede de distribuição ligou esta quarta feira “muito cedo” os últimos pontos de consumo.
“Estamos a caminhar para uma situação normal”, mas “a parte da distribuição está a demorar um pouco mais”, sublinhou o administrador da empresa responsável pelo transporte de eletricidade e gás em Portugal.
O administrador executivo da REN realçou que é ainda necessário “garantir a estabilização completa do sistema” para conseguir o normal funcionamento dos mercados grossistas.
“A partir daí, podemos dizer que o sistema voltou, tanto técnica como economicamente, ao funcionamento completamente normal”, continuou, acrescentando que espera que esta etapa final esteja concluída até à meia-noite de hoje.
ZAP // Lusa
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Agradeçam o prejuízo financeiro às energias alternativas/renováveis/”limpas” que para além de serem extremamente poluentes e prejudiciais à Natureza, Meio-Ambiente, e dependentes dos combustíveis fósseis, são como ficou demonstrado ineficazes.
Agora a questão importante, quando é que os responsáveis por este crime serão levados a Tribunal e condenados a pena de prisão efectiva?