O antigo primeiro-ministro português António Guterres foi indicado esta quarta-feira como secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo Conselho de Segurança à Assembleia-geral, que deverá aprovar o seu nome nos próximos dias.
O Conselho de Segurança anunciou que o português é o “vencedor claro” da votação, recebendo 13 votos de encorajamento (em 15 votos), sem qualquer veto.
Este órgão, com poder de veto, deverá aprovar na quinta-feira uma resolução a indicar o nome de António Guterres para a Assembleia-Geral das Nações Unidas, formalizando assim a eleição do sucessor do sul-coreano Ban Ki-moon.
Caberá então à Assembleia Geral da ONU a decisão final, por maioria simples de votos. No caso de Ban Ki-moon, a sessão de votação da Assembleia Geral decorreu quatro a cinco dias depois da indicação forma do nome do candidato pelo Conselho de Segurança. Até hoje, a Assembleia Geral nunca reprovou um candidato indicado pelo Conselho de Segurança.
“Hoje, depois da nossa sexta votação, temos um favorito claro e o seu nome é António Guterres. Decidimos avançar para um voto formal amanhã de manhã [quinta-feira] e esperamos fazê-lo por aclamação”, disse aos jornalistas Vitaly Churkin, presidente do Conselho de Segurança da ONU.
Depois de uma hora e meia de encontro, pela primeira vez na história da organização os 15 embaixadores dos países com assento no Conselho de Segurança vieram falar aos jornalistas para anunciar o nome do português.
A embaixadora dos EUA disse que os 15 países do Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiram unir-se em volta de António Guterres devido às provas que deu na sua carreira e durante a campanha.
“As pessoas queriam unir-se em volta de uma pessoa que impressionou ao longo de todo o processo e impressionou a vários níveis de serviço”, disse Samantha Powell aos jornalistas.
Caso o seu nome seja confirmado, o português António Guterres será o primeiro ex-chefe de governo a assumir o cargo de secretário-geral da ONU e entrará em funções a 1 de janeiro de 2017.
“A pessoa certa no lugar certo”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já telefonou a António Guterres para o felicitar, realçando que foi aprovado o melhor indicado.
“Aqui é o melhor a ser escolhido. E isso é muito bom para o mundo, para as Nações Unidas e para Portugal”, vincou o chefe de Estado, à saída de uma visita a uma associação social em Lisboa.
O primeiro-ministro, António Costa, referiu, por seu turno, que “como português”, reage à notícia “com um enorme orgulho, e como cidadão do mundo, com uma enorme satisfação, porque tudo indica que vamos ter a pessoa certa no lugar certo”.
O presidente da Comissão Europeia felicitou António Guterres esta quinta-feira pela sua nomeação para o cargo de secretário-geral das Nações Unidas, afirmando-se “extremamente satisfeito” pela escolha, que admite constituir “um enorme triunfo pessoal”.
“O facto de ter emergido como a escolha unânime do Conselho de Segurança das Nações Unidas, depois de um processo de seleção de uma transparência sem precedentes, representa um enorme triunfo pessoal e o reconhecimento da sua longa experiência em gerar consensos no domínio dos assuntos internacionais”, escreve Jean-Claude Juncker na missiva, em Português, dirigida a Guterres, e à qual a Lusa teve acesso.
Também o ministro dos Assuntos Exteriores e da Cooperação espanhol gostou “muito” da escolha de António Guterres para secretário-geral da ONU. “António Guterres é um grande amigo de Espanha” e “é uma notícia de que gostamos muito”, disse José Manuel García-Margallo ao canal 24 horas da TVE.
Para García-Margallo, a tarefa que levou à escolha de António Guterres “não foi façanha pequena”. O ministro espanhol referiu que a escolha de Guterres “não era fácil” devido à existência de duas tendências, uma que defendia a escolha de uma mulher, e outra a de um candidato da Europa de Leste: “António Guterres não era nem da Europa de Leste nem mulher”, concluiu.
“Jogámos muito forte e publicamente. Anunciei desde o primeiro momento que nós iríamos aplicar a preferência ibero-americana, que iríamos votar em todos os candidatos da nossa comunidade histórica”, disse José Manuel García-Margallo, enumerando os candidatos apoiados por Espanha: Christiana Figueres, da Costa Rica, Susanna Malcorra, da Argentina, e finalmente António Guterres.
ZAP / Lusa
Uma pessoa que merece tudo de bom que o Mundo nos oferece. Quem trabalha honestamente acaba por ter sempre o seu mérito e esforço pessoal reconhecido, internamente duvido… mas internacionalmente tem com certeza.
Parabéns ao Sr. Eng. António Guterres pela luta e pelo mérito do seu trabalho.
Absolutamente de acordo com o “WEBLOGS”.
Este homem é sério, honesto e extremamente humano. Entristece-me ver algumas pessoas dizer mal do seu trabalho, passado e presente. É incrivel ver como há pessoas que se referem a ele com desdém, a propósito da situação das “contas e do valor do PIB”, esquecendo que, qualquer pessoa a viver o drama que ele viveu, com a mulher muiito doente ( que depois faleceu ) e certamente com a cabeça “feita em água”, teve aquele lapso. Importa recordar que António Guterres foi um aluno brilhante em matemáticas e foi o melhor aluno de engenharias do ano em que se licenciou.
Caro weblogs, se esta gente se desse ao trabalho de ir ao site do INE, onde estão os dados oficiais, ver os dados da governação dos anos em que António Guterres foi 1° ministro, talvez pensassem de outra forma mas, isso dá trabalheira e por isso mesmo, ainda que asneirada, preferem babosear para o ar o que alguém lhes disse ou ouviram no café da terrinha. Este povo é assim, sabe tudo, sem saber nada, porque é imbecil, ignorante e invejoso e com este trio de atitudes torna-se injusto, o que é mais grave.
Lá fora, as qualidades humanas e profissionais deste homem são amplamente reconhecidas e estou convencido que foi por isso que ele venceu os vergonhosos lobbies que se estavam a montar, com a “nova protagonista” que entrou em cena nos ultimos dias, violando regras, saltando etapas e competindo de forma desigual perante os restantes candidatos. Uma autentica vergonha.
Por fim, confesso que não sabia mas, António Guterres foi um dos fundadores da DECO. É apenas uma curiosidade.
Espero é que o Guterres não nos venha impingir mais refugiados muçulmanos. E espero sinceramente que não deixe Portugal extremamente mal visto através das suas acções como foi o caso do José Sócrates e do Durão Barroso. Acredito que sim, pois não parece corrupto nem troca-tintas como os outros (até ver), mas tem a seu desfavor ser um político português, pois os políticos portugueses não têm credibilidade nenhuma, nem aqui nem em nenhuma parte do mundo.
ON QUIET MEN.
Parabéns 🙂
Aparentemente para nós portugueses é um motivo de orgulho esta nomeação, amanhã poderá traduzir-se numa desilusão o que será o mais provável tendo em conta os tubarões que dominam a cena politica mundial e os desaires anteriores da ONU, bom seria realmente as coisas mudarem no bom sentido mas pelo que nos temos apercebido é que esta gente acabam por ser o baile mandado da festa.