O gestor da petrolífera Partex António Costa e Silva disse este sábado que vai colaborar com o Governo no plano de retoma económica após a pandemia a covid-19 cumprindo um “dever cívico” que em nada está relacionado com a substituição do ministro Pedro Siza Vieira na pasta da Economia.
Em declarações ao jornal Eco, António Costa e Silva esclareceu aquele que será a sua função no plano de retoma, que implicará negociações com partidos, parceiros sociais e empresa, depois de o semanário Expresso noticiar que esta colaboração poderia indiciar que o gestor poderia assumir futuramente o ministério da Economia.
“O meu trabalho é de mero cidadão. É apenas uma tarefa cívica que estou a desempenhar pro bono. Continuo na minha empresa e o resto são especulações sem fundamento”, esclareceu Costa e Silva ao jornal de economia.
A hipótese traçada pelo Expresso dava conta que, com a saída de Mário Centeno das Finanças já no verão, Siza Vieira poderia assumir a pasta de Centeno, deixando o ministério da Economia para uma eventual entrada de Costa e Silva.
O gestor refuta este cenário, confirmando apenas que “houve um convite do primeiro-ministro para fazer um plano a médio e longo prazo”.
Sobre o programa em causa revelou que “tem sete ou oito objetivos estratégicos” apontando para âmbitos como: transportes ferroviários; infraestruturas portuárias; gestão de recursos de água; competências digitais das pequenas e médias empresas; reforço do investimento no sistema nacional de saúde (tanto em equipamentos como em recursos humanos); reconversão industrial; recursos endógenos; coesão territorial ou transição energética. “O que se pretende é uma visão integrada de tudo isto“, aponta.
“A proteção social das pessoas e das empresas é muito importante. Tem de haver um pacto com o Estado para capitalizar as empresas. É importante ajudar a capitalizar as empresas que têm futuro para não deixar que entrem em coma”, defendeu.
O convite de António Costa a António Costa e Silva parece não ter caído bem junto do Bloco e do CDS que já fizeram saber que não aceitam negociar com “paraministros”, querendo antes negociar com o primeiro-ministro e o ministro das Finanças.