Caso Ângelo Rodrigues. Como uma câmara hiperbárica pode ajudar a evitar amputação

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angelorodrigues_oficial / Instagram

O actor Ângelo Rodrigues.

Depois de ter estado em coma induzido, de quatro cirurgias e de transfusões de sangue, os tratamentos numa câmara hiperbárica são a última esperança para o actor Ângelo Rodrigues, de 31 anos, internado com uma infecção grave devido a injecções de testosterona.

Ângelo Rodrigues começou, nesta semana, a fazer os tratamentos numa câmara hiperbárica, no Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, com o intuito de debelar uma fasceíte necrotizante, uma infecção grave que causa a morte dos tecidos moles do corpo.

Uma fasceíte necrotizante é uma situação que “põe em risco a vida do doente” e que tem “uma elevada taxa de mortalidade“, como explica à Rádio Renascença a Capitão-Tenente Carla Amaro, subdirectora do Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica do Hospital das Forças Armadas.

Este problema grave que pode levar à amputação da perna do actor, caso a infecção não seja travada, é uma das situações para que é usada a terapia em câmara hiperbárica. O tratamento é aplicado também a casos de pé diabético, surdez súbita e lesões dos tecidos provocadas pela radioterapia.

Como funciona a câmara hiperbárica

Em Portugal, há seis câmaras hiperbáricas – além da do Hospital das Forças Armadas, existem uma em Matosinhos, outra no Algarve, duas nos Açores e uma na Madeira.

A câmara é pressurizada com ar comprimido, simulando a pressão atmosférica do fundo do mar, onde a pressão é superior ao que estamos habituados.

“Vamos pensar que é um submarino com umas escotilhas – existem várias câmaras. O doente é colocado na câmara, o ambiente é pressurizado” e “quando o doente estiver no fundo, com a pressão pretendida, é colocada uma máscara e inala oxigénio a 100%“, explica a Capitão-Tenente Carla Amaro.

“O nível de pressão depende do tratamento”, “pode ir até 15 metros de profundidade, que corresponde a duas atmosferas e meia, ou pode ser bastante mais”, frisa.

“Os tratamentos de rotina são normalmente de uma hora e meia, no total, com pressurização, o oxigénio a ser feito durante 75 minutos e depois a despressurização, mas há tratamentos prolongados que podem ir até 8 horas“, acrescenta.

No caso da fasceíte necrotizante que afecta Ângelo Rodrigues, a câmara hiperbárica “não só fornece o oxigénio necessário para produzir os radicais livres (moléculas produzidas pelas células, durante o processo de queima do oxigénio), para matar as bactérias – nós precisamos de radicais livres para as matar – como vai favorecer a actividade dos glóbulos brancos, para matar as bactérias”, realça a Capitão-Tenente.

“Por outro lado, faz com que a concentração do antibiótico nos tecidos em sofrimento seja superior, pelo aumento da pressão”, pelo que “vai melhorar a vascularização” e “a quantidade e a qualidade do colagénio, que é fundamental no nosso organismo”, diz ainda Carla Amaro.

O tratamento hiperbárico “melhora também a formação, de novo, do tecido muscular e do tecido ósseo”, promovendo a cicatrização dos tecidos moles, dos ossos e dos tendões, refere a subdirectora do Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica.

“Consequências graves para sempre”

Carla Amaro alerta, todavia, que “a medicina hiperbárica funciona como co-adjuvante” e que só por isso “não é suficiente para tratar uma infecção grave“. “Uma fasceíte necrotizante envolve uma equipa multidisciplinar de cirurgia, de medicamentos adequados”, diz.

E mesmo que o tratamento seja bem sucedido e que se consiga salvar a perna do actor, ele vai ficar com “consequências para sempre”, como refere ao Correio da Manhã a médica endocrinologista Sílvia Saraiva.

“Depende sempre da quantidade de músculo perdido, mas será sempre uma perna muito pouco funcional”, explica a especialista, referindo-se ao membro afectado pela infecção, em virtude das injecções de testosterona.

“Vai ter consequências graves para sempre, a todos os níveis”, acrescenta Sílvia Saraiva, notando que “vai ser muito complicado refazer-se de tudo o que passou, sabendo que há também um sentimento de culpa“.

SV, ZAP //

11 Comments

  1. se um trabalhador tem um acidente de trabalho e fica deficiente ninguém quer saber, o seguro não é pago, e a segurança social diz que o tipo tem seguro e por isso não tem direito a pensão de invalidez. O menino bonito fez asneira e o país inteiro chora o ‘drama’.

    • Drama é haver palermas como tu que não dizem nada de jeito e mesmo assim tem direito de mostrar publicamente toda a sua estupidez!…

      • Beleza a quanto obrigas. Fama e dinheiro a quanto obrigas. Estupidez a quanto obrigas. Etc, etc a quanto obrigas

      • Eu!Aquilo q o Pedrinho não é estupidez nenhuma, aliás, tem toda a razão naquilo que diz, Você é deve pertencer ao clube dos meninos mimados que não tem qualquer noção da realidade deste país. Só existem 3 camaras hiperbaricas em Portugal, que muito poderiam ajudar pessoas que sofreram AVC´s por exemplo, ja ouviu falar nisso? Claro que não!, estão reservadas a garotos mimados que usam drogas…
        e assim vai Portugal e você acha bem..
        Pobre de espirito…

      • Mais um palerma que vê CMTV e acha logo que sabe alguma coisa!…
        “Só existem 3 camaras hiperbaricas em Portuga.l…”
        “…estão reservadas a garotos mimados que usam drogas…”
        Só há 3?
        Estão “reservadas”?
        É preciso seres muito tosco para nem sequer teres lido a noticia antes de comentar:
        “Em Portugal, há seis câmaras hiperbáricas – além da do Hospital das Forças Armadas, existem uma em Matosinhos, outra no Algarve, duas nos Açores e uma na Madeira.”
        Tratar AVC’s em câmaras hiperbáricas?!
        Enfim…
        Tu, além de pobre de espírito, és complemente ignorante e não sabes nada de nada!…
        Quando se mistura a ignorância com a estupidez aparecem comentários como os teu!
        Agora vai lá “estudar” mais uma vez (ou pelo menos, ler as noticias até ao fim!) antes de comentar, para não fazes essas figuras…

      • Só há 3 em portugal, porque o Sr. Rui Nunes não sabe que os arquipélagos dos Açores e da Madeira não fazem parte de Portugal
        (LOL)

  2. ACHO MT BEM DIVULGAREM TODA A INFORMAÇAO SOBRE O MUNDO DOS ESTEROIDES,PQ NC SE SB O DIA EM QUE PODERAS SER TU OU ALGUEM DA TUA FAMILIA A TE SER OFERECIDO OU TU QERES SER 1 MONSTRO DE MUSCULOS RAPIDOS E NAO SABERES OS EFEITOS SECUNDARIOS DOS ESTEROIDES TAIS CM A MORTE
    EU JA ANDEI NESSE MUNDO……..E E TAO FACIL E TAO CONVIDATIVO
    BASTA IR AO YOUTUBE,FACE ,INSTA,GOOGLE E ETC….E VOILA

    • Seria perfeito se toda essa “informação” a respeito dos anabolizantes e seus derivados fosse divulgada de modo correcta, instrutiva e por quem realmente poderia oferecer tais noções a respeito dos mesmos. O que não acontece. Com este caso, as especulações feitas por quem não têm quaisquer conhecimentos a respeito dos mesmos vai desinformar ainda mais do que já se estava. Mencionando que este caso teve esta consequência – se este caso foi efectivamente derivado ao uso de anabolizantes – devido ao mau-uso, autoaplicação e quantidade excessiva e não uma consequência objectiva do seu uso; aliás, não existem estudos científicos que afirmem e comprovem que anabolizantes causam os variadíssimos efeitos que a comunicação social estimula o espectador a acreditar. Lembrando ainda que, anabolizantes e principalmente testosterona não são drogas, são hormónios sintetizados que tem a finalidade de suprir e repor um déficit deste no metabolismo humano.

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