Uma equipa de engenheiros desenvolveu um novo dispositivo que é elástico o suficiente para ser usado como um anel ou pulseira. Este aproveita o calor natural do corpo para gerar eletricidade que pode alimentar uma série de pequenos sensores e outras ferramentas.
Os sistemas termoelétricos são baseados em tecnologia que aproveita as diferenças de temperatura para gerar eletricidade a outros dispositivos. Esta abordagem pode ser aplicada a eletrodomésticos, smartphones e até mesmo a tintas termoelétricas.
Um novo exemplo explora o potencial diário dessa tecnologia, demonstrado como é que um anel pode recolher energia do corpo humano.
O anel termoelétrico é uma extensão de pesquisas anteriores do grupo de engenheiros mecânicos da UC, que em 2018 apresentou um tipo de pele eletrónica que pode dobrar, torcer e adaptar-se à pele real de seu utilizador. Incorporado com sensores, a pele foi pensada para funcionar como um computador discreto. O anel termoelétrico não precisa de ser conectado a uma fonte de energia externa.
Este “transforma o corpo numa bateria”, explorando a diferença entre o calor natural do corpo de um utilizador e a temperatura ambiente, usando geradores termoelétricos para convertê-los em eletricidade, avança o New Atlas.
Esses geradores consistem em minúsculos chips termoelétricos colocados numa base de poliimina, que são então conectados com fios de metal líquido. O dispositivo pode gerar um volt para cada centímetro quadrado de pele que cobre, o que os investigadores dizem ser suficiente para alimentar aparelhos eletrónicos como relógios.
A equipa refere que os conjuntos desses geradores podem simplesmente ser unidos para aumentar a produção de energia num processo semelhante a juntar peças de Lego.
Os cientistas calculam que uma versão dimensionada para o tamanho de uma pulseira pode gerar cerca de 5 volts. Além disso, o dispositivo é totalmente reciclável, pois todos os seus componentes podem ser dissolvidos ou separados para reutilização por submersão numa solução especial.
“Estamos a tentar tornar os nossos dispositivos o mais baratos e confiáveis possível, ao mesmo tempo que causam o menor impacto possível no meio ambiente”, realça Jianliang Xiao, principal autor do estudo que foi publicado na revista Science Advances a 10 de fevereiro.