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Rui Tavares rejeita candidatos para “picar o ponto”. Ana Gomes é a esperança da esquerda

Parlamento Europeu

Rui Tavares

Para Rui Tavares, fundador do Livre, a candidata Ana Gomes é a “esperança de convergência” à esquerda, que não deve apresentar candidatos só para “picar o ponto”.

A eventual candidatura de Ana Gomes a Belém é vista com bons olhos pelo fundador do Livre, que considera que deverá representar “uma esperança de convergência à esquerda”.

Em declarações ao Expresso, Rui Tavares disse defender um entendimento à esquerda na corrida a Belém, até porque, na sua opinião, a geringonça já provou que estes partidos conseguem construir compromissos. “Fazer outras convergências” seria, por isso, benéfico para o futuro do país.

O ex-eurodeputado lembrou que partilha com a eventual candidata muitas causas comuns, como a defesa de uma esquerda europeísta, a luta contra a evasão fiscal e a criminalidade organizada na União Europeia.

No entanto, o motivo mais forte que o leva a apoiar Ana Gomes tem a ver com o significado das eleições presidenciais: “as eleições não podem ser verdadeiramente democráticas se limitadas a um candidato do sistema e a outro antissistema. Tem de haver alternativas”, disse, numa referência a Marcelo Rebelo de Sousa e a André Ventura.

Para Rui Tavares, estas eleições podem configurar a altura ideal para lançar os grandes debates sobre o futuro do país. Ao Expresso, o ex-dirigente do Livre sublinhou ainda que isso pode até coincidir com o 48.º aniversário do 25 de abril, o que significa que Portugal passará a partir do próximo ano a ter vivido mais tempo de democracia do que em ditadura.

As Presidenciais não podem ser uma forma de perpetuar “lógicas partidárias” e apresentar candidatos de cada partido apenas para marcar território, defendeu, acrescentando que, só por esse motivo, Ana Gomes leva vantagem.

“Vem do meio da esquerda e tem o respeito de muita gente à esquerda, mesmo que não concordem com todas as suas ideias ou que não tenham o mesmo estilo”, justificou.

Rui Tavares considera que Ana Gomes pode ser o elo de união à esquerda e que os partidos devem mostrar um “certo desprendimento do jogo partidário”. O aviso vai para o Bloco de Esquerda (com Marisa Matias a ser dada por praticamente certa por muitos bloquistas) e para o PCP.

Resta saber se os antigos parceiros da geringonça estão interessados em trabalhar para essa sintonia.

ZAP //

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