Uma das queixas enviadas à PGR sobre a Spinumviva é de Ana Gomes

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Uma das três queixas sobre o caso da empresa da família de Luís Montenegro (a Spinumviva) foi feita pela ex-eurodeputada socialista Ana Gomes.

Soube-se, esta quinta-feira, que a Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu uma averiguação preventiva à empresa da família de Luís Montenegro, a Spinumviva, após ter recebido três queixas anónimas. Há suspeitas de fraude fiscal.

Ao final do dia, soube-se que uma das participações foi feita por Ana Gomes – informação que confirmada pela própria ex-candidata presidencial, ao Observador.

Ana Gomes justificou o envio da queixa sobre casinos, argumentando que a supervisão do caso “é frouxa” e que não é normal que um primeiro-ministro receba dinheiro, mesmo através de uma empresa familiar, de empresários e em particular de empresas de casino.

“Fiz uma comunicação com o meu nome à Procuradoria Europeia e, naturalmente, mandei cópia à PGR. Tem a ver com a minha preocupação com a questão dos casinos e a frouxa — para ser eufemística — supervisão dos casinos. Enviei a participação na segunda-feira, dia 10“, cita o jornal online.

Ao Observador, a antiga eurodeputada confessou não ter “nenhumas fontes especiais” de informação e que a sua participação foi feita apenas com base em informações públicas.

“O que aconteceu leva-me a pensar que há um sistema absolutamente fraco para fazer o controlo do branqueamento de capitais num setor vulnerável. Não estamos a falar só no jogo territorial dos casinos, mas também no jogo online”, justificou Ana Gomes.

“Há um problema ético óbvio, do ponto de vista judicial é outra questão. A empresa do primeiro-ministro não era uma empresa que recebesse de empresas quaisquer, recebia de um setor vulnerável à lavagem de dinheiro“, acrescentou. O caso preocupa-a, em particular, pelo facto de o grupo Solverde ser recetor de fundos europeus. “Alarmou-me muito”, disse.

Como escreve o Diário de Notícias, uma das outras denúncias relativa ao caso resume-se a suspeitas de um possível crime de procuradoria ilícita, o que já levou à abertura de um processo de averiguações da Ordem dos Advogados junto do Conselho Regional do Porto.

ZAP //

5 Comments

  1. Esta é a tal ladra que fez obras na sua casa de Sintra, incluindo piscina, sem apresentar qualquer projeto e pedido de licença à Câmara.

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    • Não estou a perceber. Então, se eu fizer obras na minha casa, sem licença camarária, sou ladrão?!
      Provavelmente será ilegal, mas roubo duvido.
      Estarei a roubar o quê e a quem?

  2. Viram a piscina da Ana Gomes nas traseiras mas, a moradia de seis pisos do sr. Montenegro, em Espinho, talvez tenha passado invisível de tal forma que ele paga de IMI apenas uns escassos 500 euros!!!!!!! Quanto às casas de Lisboa, parece que a Câmara Municipal impediu uma vestoria às obras ainda que elas possam pôr em causa a estrutura do prédio.!!! É grave!!!

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  3. A Tragédia Nacional em Três Atos: Intriga, Vingança e Estagnação

    Em Portugal, a política há muito que se transformou num teatro de intrigas, onde cada ator declama a sua fala com o dramatismo de quem julga estar a fazer História, mas cujo desfecho, invariavelmente, é o mesmo: a perpetuação da mediocridade. Não há governo que não caia, nem moção de censura que não se erga como um punhal afiado, empunhado por mãos que, na verdade, se desejariam igualmente trespassadas.

    Dizem-se diferentes, alardeiam convicções opostas, apresentam-se como paladinos da justiça e da moralidade, mas na realidade pertencem todos à mesma confraria de interesses. Quando há ressentimentos, quando impera o espírito de vingança, quando a política deixa de ser o exercício nobre da governação para se tornar no ajuste de contas de fações rivais, o resultado é um só: um país que se arrasta, uma democracia que se esvazia, um parlamento que mais parece um anfiteatro romano onde a plebe, cansada, observa o espetáculo com desdém.

    E nesta comédia de enganos, que os incautos poderiam confundir com tragédia, todos têm telhados de vidro. Quem não pecou, que atire a primeira pedra – mas cuidado, pois o ruído do estilhaçar do próprio teto pode ser ensurdecedor. Vemos, pois, uma sucessão de birras, de canalhices, de artimanhas tão previsíveis quanto indignas. Governar? Nem pensar. Deixar governar? Jamais. O que interessa é que a roda da intriga continue a girar, que a vingança seja servida como prato do dia, e que a Assembleia da República permaneça como um palco onde se representa sempre a mesma peça, com os mesmos protagonistas, para um público cada vez mais ausente.

    Será isto um manifesto desordeiro, um clamor subversivo contra a ordem estabelecida? Ou será apenas a constatação de um facto evidente para qualquer cidadão atento: que Portugal, entregue a esta horda de políticos de traje distinto mas de vícios comuns, se tornou refém do seu próprio sistema?

    No fim, como em qualquer enredo queirosiano, não há heróis – apenas figurantes de um drama interminável, onde a única certeza é que a verdadeira oposição não está na Assembleia, mas sim nas ruas, na abstenção e no desalento de um povo que já pouco espera dos seus representantes.

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