Amal, esposa de George Clooney, contra Netanyahu (foi decisiva na ordem de detenção no TPI)

3

dyingregime / Flickr

A advogada e activista de direitos humanos Amal Clooney, mulher do actor George Clooney

Amal Alamuddin, esposa do actor George Clooney, fez parte do processo para emitir uma ordem de detenção contra Benjamin Netanyahu no Tribunal Penal Internacional (TPI). A advogada é especialista em direitos humanos e colaborou na fundamentação do pedido.

O pedido para a emissão de uma ordem de detenção internacional contra Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e contra dirigentes do grupo terrorista Hamas caiu que nem uma bomba. Se for adiante, o governante não poderá entrar em 124 Estados, sem ser detido, nomeadamente, no Reino Unido e em vários países aliados da União Europeia.

Amal Clooney que é advogada penalista, integrou o painel de peritos escolhidos pelo procurador do TPI Karim Khan para analisar a guerra entre Israel e Gaza, e para fundamentar os pedidos de detenção internacional. Em causa estão crimes de guerra e contra a humanidade.

Antes de casar com Clooney, a advogada de 46 anos já era conhecida pelo envolvimento em processos internacionais relacionados com os direitos humanos e colabora há vários anos com o TPI.

Há cerca de quatro meses, Khan, com quem colabora desde 2021, pediu-lhe ajuda para a “avaliação de provas de suspeitas de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade em Israel e em Gaza”, como conta a própria Amal num comunicado no site da Fundação Clooney para a Justiça (CFJ na sigla em Inglês).

Clooney e Amal fundaram a CFJ que já se envolveu na guerra da Ucrânia e que promete também actuar ao nível do conflito em Gaza.

O casal posiciona-se do lado dos democratas na vida política dos EUA, e Clooney é um potencial futuro candidato a presidente dos EUA – e não podia ter uma melhor primeira-dama como braço-direito.

Amal fala em “conclusões jurídicas unânimes”

Amal integrou “um painel de especialistas jurídicos internacionais” para avaliar a guerra em Israel e em Gaza, como relata no referido comunicado. “Juntos, empenhámo-nos num extenso processo de revisão de provas e análise jurídica, inclusive no TPI de Haia”, refere.

A esposa de George Clooney também explica que o painel inclui “especialistas em lei internacional”, incluindo lei humanitária e lei criminal, dois “Conselheiros Especiais” designados pelo TPI e dois antigos juízes de tribunais penais de Haia.

“Apesar das nossas experiências diversas, as nossas conclusões jurídicas são unânimes“, constata.

“Concluímos por unanimidade que existem motivos razoáveis para acreditar que os líderes do Hamas Yahya Sinwar, Mohammed Deif e Ismail Haniyeh cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo tomada de reféns, assassinato e crimes de violência sexual“, sublinha ainda.

“Concluímos por unanimidade que existem motivos razoáveis para acreditar que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo a fome como método de guerra, assassinato, perseguição e extermínio“, aponta também.

Amal explica ainda que “serviu” neste painel porque acredita “no Estado de Direito e na necessidade de proteger vidas de civis“. “A lei que protege os civis na guerra foi desenvolvida há mais de 100 anos e aplica-se em todos os países do mundo, independentemente das razões do conflito”, sublinha.

“Como advogada de direitos humanos, nunca aceitarei que a vida de uma criança tenha menos valor do que a de outra. Não aceito que qualquer conflito deva estar fora do alcance da lei, nem que qualquer perpetrador deva estar acima da lei”, reforça.

“Por isso, apoio o passo histórico que o Procurador do TPI deu para fazer justiça às vítimas das atrocidades em Israel e na Palestina”, conclui.

Susana Valente, ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

3 Comments

  1. Pois era..!! Pena de morte aos mentirosos e aldraboes..!! E aos traidores..! Aos ignorantes, era a obrigatoriedade de estudar, ler, conhecer e entender os motivos pelas quais as nossas parecenças como povos e individuos continuam a ser abafadas em detrito das poucas e imaginárias diferencas que nos fazem acreditar separar-nos….!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.