O empresário luso-angolano Álvaro Sobrinho está sob a mira da Comissão Independente Contra a Corrupção das ilhas Maurícias. Depois de ontem ter prestado declarações durante sete horas, hoje o ex-presidente do BES Angola enfrenta as perguntas mais difíceis.
Álvaro Sobrinho prestou declarações na Comissão Independente Contra a Corrupção (CIC) das ilhas Maurícias, nesta sexta-feira. Ao cabo de sete horas de interrogatório, o empresário saiu em liberdade, mas volta neste sábado a prestar novos esclarecimentos diante das autoridades.
O jornal local L´Express noticia que Álvaro Sobrinho vai neste sábado, “ser confrontado com as questões sérias” no âmbito das diversas suspeitas que há em torno dos negócios que tem nas ilhas Maurícias.
O luso-angolano deverá dar explicações sobre os diversos investimentos que tem na paradisíaca ilha do Oceano Índico.
Álvaro Sobrinho é proprietário de Fundos de Investimento e de várias villas e apartamentos num resort de luxo nas Maurícias, e há suspeitas de que gastou cerca de um milhão de euros em carros de luxo para oferecer a figuras influentes do país, incluindo o filho do vice-primeiro-ministro.
Estes dados juntam-se às suspeitas sobre a forma como o ex-líder do BES em Angola conseguiu a sua licença para operar na banca das Maurícias.
O L’Express destaca que o interrogatório de Álvaro Sobrinho está directamente relacionado com o chamado caso “Cartão de Platina” que envolve a ex-presidente das Maurícias, Ameenah Gurib-Fakim. Ela demitiu-se em Março deste ano, depois de se ter descoberto que gastou mais de 20 mil euros em despesas pessoais, incluindo sapatos e jóias, com um cartão de crédito que recebeu de uma organização de Álvaro Sobrinho, a Planet Earth Institute (PEI).
A PEI, que está sediada em Londres, foi criada com a finalidade de promover o desenvolvimento da ciência em África. A organização está também envolvida em suspeitas no Reino Unido, depois de uma investigação jornalística ter revelado que um membro do Parlamento Britânico, Paul Boateng, recebeu dinheiro através de uma offshore de Álvaro Sobrinho para alegadamente lhe facilitar o acesso a altas figuras do país.
O empresário luso-angolano está envolvido em várias suspeitas em Portugal, nomeadamente por ter alegadamente desviado centenas de milhões de euros do BES Angola. É igualmente suspeito de ter pago “luvas” ao juiz Rui Rangel na chamada “Operação Lex” e o seu nome aparece implicado no caso Monte Branco.
Na Suíça, Álvaro Sobrinho é ainda suspeito de branqueamento de capitais através de diversas contas em seu nome ou no nome de offshores por si detidas, também no âmbito do BES Angola.
Um corrupto de sucesso.
Um super e requintado mafioso…
Em Portugal, nunca foi interrogado