Álvaro Santos Almeida vai ser o novo diretor-executivo do SNS. Mais um “perfil político-partidário”

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PSD / Flickr

Álvaro Santos Almeida vai substituir António Gandra D’Almeida como novo diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O social-democrata Álvaro Santos Almeida foi o escolhido pelo Governo para ser o novo diretor-executivo do SNS.

Esta nomeação surge na sequência da demissão de António Gandra D’Almeida, depois de ter estalado a polémica sobre um alegado acumular indevido de funções.

Álvaro Santos Almeida, que foi deputado do PSD entre outubro de 2019 e março de 2022, na XIV legislatura, assume agora o cargo.

O novo diretor-executivo do SNS foi também candidato à Câmara Municipal do Porto nas eleições autárquicas de 2017, pelo PSD.

É professor Associado na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) e é  doutorado em Economia pela London School of Economics and Science.

No ramo da saúde, foi Presidente da Entidade Reguladora da Saúde, entre 2005 e 2010, e é ainda o Diretor do Mestrado em Gestão e Economia de Serviços de Saúde.

Mais um “perfil político-partidário”

Numa reação à RTP, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes confessou que não vê a nomeação com entusiasmo.

“Esta notícia não desperta um grande entusiasmo, não é uma pessoa propriamente conhecida pela sua intervenção direta no Serviço Nacional de Saúde. Não é uma pessoa conhecedora do terreno”, salientou.

É um perfil político-partidário, e precisamente uma das linhas que a esmagadora maioria das pessoas tem traçado nestes últimos dias é nós termos um perfil fundamentalmente técnico, alguém do terreno, alguém que conhece os profissionais de saúde e as dificuldades do SNS”, disse o bastonário.

As escolhas “política-partidárias” em detrimento das “técnicas” para dirigir o SNS é, precisamente, uma das críticas de Carlos Cortes tem vindo a fazer aos Governos.

“A nomeação tem que ser fundamentalmente técnica e não, como muitas vezes vemos, nomeações político-partidárias, que é a última coisa que deve ser feita neste setor e, sobretudo, à frente da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde”, considerou Carlos Cortes, em declarações à Lusa, este sábado.

O dirigente disse que um diretor-executivo tem de ser alguém “que conheça muito bem o sistema de saúde, em primeiro lugar, mas, sobretudo, necessariamente, o SNS” e que seja uma pessoa que “possa atravessar as mudanças de governos e estar sempre focado, dedicado à direção executiva do SNS, sem interferências político-partidárias”.

Por seu turno, Xavier Barreto, presidente da Associação de Administradores Hospitalares, considerou, ao mesmo canal, que Santos Almeida conhece a saúde em Portugal, destacando que foi presidente da Entidade Reguladora da Saúde e presidente da Administração Regional de Saúde.

“Conhece a saúde em Portugal. Não está neste momento no SNS – e portanto certamente que lhe faltará esse conhecimento da prática, do dia-a-dia, daquilo que está a acontecer no terreno – e por isso eu espero que a equipa possa colmatar essa eventual falha”, advertiu também.

ZAP //

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