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Professor da FDUP impede aluna de realizar exame por estar “muito destapada”

Manuel de Sousa / Wikimedia

Edifício da antiga Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

Na passada sexta feira, Paulo Pulido Adragão, professor da Universidade de Direito do Porto, terá recusado entregar um exame a aluna por estar “demasiado exposta”, obrigando-a a vestir um casaco.

O caso ocorreu na Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP). De acordo com o Porto Canal, o professor recusou-se a entregar o enunciado do exame de recurso da cadeira de primeiro ano “História do Direito” a uma aluna por esta estar “muito destapada”.

O episódio aconteceu na passada sexta-feira, com o professor a pedir à aluna em questão que vestisse um casaco, escreve o Observador.

“Uma estudante viu ser-lhe negada a realização de um exame em virtude da forma como estava vestida, uma vez que o docente da Unidade Curricular considerou que a colega estava ‘muito destapada’. Mesmo após a estudante ceder à pressão misógina e de abuso de autoridade, o professor apenas lhe concedeu um enunciado quando um colega o alertou nesse sentido”, pode ler-se na página de Facebook do núcleo HeforShe da instituição de Ensino Superior.

O acontecimento, que é classificado pelo núcleo como “mais um triste episódio de machismo na academia”, sobretudo na época em que se vive: “é efetivamente deplorável a forma como, em 2021, quem quer que seja ainda considerar que pode determinar como pode ou não uma mulher vestir-se”,.

O texto critica ainda a “forma passiva e de inação total” da Faculdade perante a reincidência de casos semelhantes.

No entanto, o Porto Canal noticia que a Faculdade de Direito já ordenou a abertura de um inquérito disciplinar para apurar mais detalhes.

Numa informação enviada à comunidade estudantil, e citada pelo Porto Canal, a direção da faculdade sublinha que “a FDUP é uma Faculdade de Direito pública sujeita ao regime do artigo 43.o da Constituição da República Portuguesa, onde, por isso, não podem ter lugar quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas”.

Também em março deste ano, um professor da Universidade Nova de Lisboa foi suspenso depois de ter comportamentos machistas nas aulas.

ZAP //

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