O secretário do Conselho de Segurança da Rússia está na capital do Irão possivelmente para discutir a compra de novos mísseis para usar na guerra com a Ucrânia.
Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, viajou esta terça-feira para Teerão, capital do Irão, provavelmente para discutir a compra de novos mísseis. A informação é avançada pelo Instituto para o Estudo da Guerra, citado pelo The Kyiv Independent.
O instituto norte-americano diz que o anúncio público da chegada de Patrushev visa chamar a atenção de uma audiência internacional para o aprofundamento da parceria entre Moscovo e Teerão, além de “destacar implicitamente que um alto funcionário russo pediu ajuda ao Irão na Ucrânia”.
“O Teerão provavelmente está ansioso para sinalizar publicamente esse reequilíbrio da sua parceria estratégica com Moscovo, especialmente para adversários regionais iranianos com os quais o Kremlin ocasionalmente coopera, como Israel e Arábia Saudita”, sugere o Instituto para o Estudo da Guerra.
A Sky News avança também que a Rússia enviou para o Irão 140 milhões de euros e armas capturadas ao Reino Unido e Estados Unidos, em agosto, em troca de drones. As armas em questão são um míssil britânico antitanque NLAW, um míssil antitanque Javelin norte-americano e um míssil antiaéreo norte-americano Stinger.
“Tehran is likely eager to publicly signal this rebalancing of its strategic partnership with Moscow, especially to regional Iranian adversaries with which the Kremlin occasionally cooperates, such as Israel and Saudi Arabia,” the ISW reports.
— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) November 9, 2022
Nikolai Patrushev é um dos principais conselheiros do Presidente russo e um dos nomes mais fortemente associados a uma eventual sucessão de Vladimir Putin. Em julho, já era avançado pelo The Washington Post como um potencial sucessor.
De 1999 a 2008, Patrushev atuou como diretor do Serviço Federal de Segurança (FSB), o principal sucessor da KGB da URSS. Pertence à fação siloviki — ex-agentes dos serviços secretos da União Soviética — do círculo íntimo de Vladimir Putin.
Em maio, um antigo chefe da FSB dizia que Putin ia ser submetido a uma operação na sua luta contra o cancro. Na altura, o New York Post escrevia que Nikolai Patrushev passaria temporariamente a liderar a Rússia e todo o processo da guerra na Ucrânia.
Nikolai Patrushev é descrito como a “pior opção” possível para ocupar o cargo de Putin: “É um vilão absoluto e não é melhor do que Putin. Além disso, é mais astuto e mais traiçoeiro. Se chegar ao poder, os problemas dos russos só se vão multiplicar”.
O POLITICO até admite que Patrushev tem uma visão “ainda mais extremista” que Vladimir Putin, pelo que até pode ser mais temível. No entanto, aos 71 anos, caso se torne Presidente, “provavelmente será apenas uma figura de transição”.
Guerra na Ucrânia
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