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Aldeia que esteve submersa durante mais de 70 anos volta a emergir

Uma vila italiana, que esteve escondida debaixo de um lago durante décadas, emergiu à superfície, de acordo com um relatório divulgado na terça-feira.

Antes de ficar submersa, em 1950, a vila de Curon albergava centenas de pessoas. Contudo, tudo mudou quando as autoridades decidiram construir uma barragem e fundir dois lagos que se encontravam próximos, de modo a aumentar a produção elétrica da região, escreve a BBC.

A vila de Curon estava na confluência de dois lagos naturais no vale de Vinschgau, permitindo que a central hidroelétrica de Glorenza gerasse 250 milhões kW/h ao ano, o que era muito benéfico para as indústrias da região.

A decisão teve grande impacto para a vila, uma vez que a pequena cidade ficou coberta pelo Lago Resia e assim se manteve nos 70 anos seguintes.

No fundo do novo lago ficaram submersas mais de 160 casas, por isso, na época, os moradores foram recompensados pelo Governo com novas habitações.

O único elemento arquitetónico da vila que nunca ficou totalmente coberto foi a torre de uma igreja do século XIV, que ao longos dos anos se foi mantendo sempre visível e acabou por se tornar um ponto turístico de grande interesse.

Ao longo do tempo, o lago, que se situa perto da fronteira de Itália com a Áustria e a Suíça, foi temporariamente drenado para permitir reparos num reservatório.

Ao mesmo tempo que os níveis de água iam diminuindo, os degraus antigos, porões e paredes, que normalmente estariam no leito do lago, foram começando a reaparecer, de acordo com o relatório ao qual a BBC teve acesso.

Luisa Azzolini, que habita perto da região, escreveu no Twitter que era uma “sensação estranha” caminhar pelos escombros da aldeia perdida.

O fenómeno da vida real inspirou o drama italiano da Netflix “Curon”, assim como um livro.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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