“Oh pá, este gajo…”: Aguiar-Branco ri-se de deputado do Chega no Parlamento

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José Sena Goulão / LUSA

O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco

O Chega não lê, nem quer ler, propostas do Livre. Presidente da Assembleia da República tinha o microfone ligado – mas não sabia.

A sequência foi tão insólita que nem sabíamos o que colocar no título deste artigo.

Na tarde de quinta-feira (11 de Abril), decorria o primeiro dia de debates à volta do programa do Governo.

Filipe Melo, deputado do Chega, começou a sua intervenção com uma piada: o Governo tem quase tantos elementos como o número de deputados do PSD. Colegas da bancada parlamentar riram-se.

Depois foi ao assunto central da sua intervenção: o emprego em Portugal.

Classificou a proposta da semana de quatro dias como uma “ideia completamente irracional do Livre”.

“Não é preciso ser economista para perceber que só há crescimento económico com trabalho e com produtividade. Não há outra forma de a economia crescer”, argumentou.

“Se vamos reduzir os dias de trabalho, vamos reduzir a produtividade, vamos reduzir o crescimento económico”, continuou Filipe Melo, pedindo ao Governo que não alinhe com o Livre “nessa maluqueira”.

Pedro Frazão, outro deputado do Chega, dizia atrás, ao mesmo tempo: “Trabalhamos sete dias!”. Aparentemente estava a falar para alguém do Livre.

Mais tarde Jorge Pinto, deputado do Livre, perguntou a Filipe Melo se leu os resultados do projecto-piloto da semana de quatro dias.

Se tivesse lido – e os resultados estão na página do Livre, pode ir lá e convido a fazê-lo – teria percebido que sim, há um aumento de produtividade e há certamente uma melhoria da saúde e da saúde mental dos trabalhadores que participaram no projecto-piloto”, completou o deputado do Livre.

O deputado do Chega respondeu de imediato: “Não vi (o projecto que está no site do Livre), não tenho interesse em ver“.

“E posso-lhe dizer que, no grupo parlamentar do Chega, damos importância às coisas grandes: ao que é feito pelo Governo, aos portugueses. Com toda a franqueza, o que o Livre propõe não nos interessa minimamente“, avisou.

O Chega, que insistiu em diálogo com outros partidos (PSD, essencialmente), nem quer analisar propostas de outro partido.

Houve uma gargalhada geral quando Filipe Melo disse que o Chega não viu, nem tem interesse em ver, o que está no site do Livre.

A gargalhada foi mais audível na mesa do presidente e dos vice-presidentes da Assembleia da República.

O presidente Aguiar-Branco não sabia, mas o seu microfone estava ligado. Primeiro ouviu-se um claro “ah ah ah”, depois diz algo imperceptível e fecha com “Oh pá, este gajo… Já ganhou. Já ganhou, já ganhou!” – perante risadas e comentários (também imperceptíveis) de outros membros da mesa.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

9 Comments

  1. Quem não se dá ao respeito apronta-se ao insulto.
    Os meninos mimados do “Cega” não querem saber das propostas dos outros mas querem ser ouvidos.
    Percebe-se cada vez melhor de onde vieram os votos que tiveram.
    Quanto ao cavalinho “a guiar”, da turma do monte negro de m…rda, o minimo que devia fazer era retratar-se e pedir desculpa pela atitude suína.
    Pode ser que em vez de 4 “livres”, da próxima sejam 8.
    Ou não foi esse o raciocinio “chegófilo” quando se diziam insultados? “Quanto mais os outros nos insultam / gpzam /descredibilizam, mais o “povo” vota em nós”
    Continuem a rir-se e a menosprezar quem se comporta dignamente no parlamento como Rui Tavares. Ele e o partido dele agradecem, seguramente.

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  2. Ora, agora temos também um Augusto Santos Silva Dois.
    Será que também vai excluir o CH de “viagens” ao estrangeiro?

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  3. O tipico comentário impertinente de quem, em vez de criticar os comportamentos errados, evoca outros que nada têm a ver com o assunto em causa. Conversa de chegófilo é isso. Sempre impertinente. Sempre hipócrita.
    Queria ver o que diria o artista “de serviço” se tivessem gozado com a mãezinha dele ou com o seu menino querido…

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  4. Teixeira, está de serviço hoje ?
    Vá lá, toca a trabalhar que eles pagam-lhe para isso.
    Por ente andar ainda vai conseguir que os “chegófilos” fiquem sem pensões, empregos e tenham que ir todos para o fim da fila dos supermercados quando vão às compras… talvez até colar-lhes uma estrela nas costas para todos sabermos quem são… isso é que era democracia como deve ser, não ?
    … e depois pode distribuir o que sobrar pelos camaradas… o que vale é que também cada vez são menos 🙂

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  5. A produtividade por funcionario aumenta…, mas o numero de empregados tambem, nao e dificil ver que os encargos do Patrao tambem aumentam, e sendo assim…, os futuros investimentos do Patrao vao descer, sera por isso que estas experiencias ja duram a varios anos…, e nao sao postas em pratica!.

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  6. Reduzindo o número de dias de trabalho não se reduz a produtividade, deduz-se a produção. Se se ganha em produtividade, aínda não sabemos, é isso que se quer testar.

  7. Oh Vitor, uma estrelas nas costas? Como assim? Como os nazis que apoiam o Ventura faziam no tempo do Hitler?
    Ai essa consciência pesada…
    É como a conversa dos camaradas. Mais um tiro nos pés. Só por acaso, o partido da pessoa em causa nesta noticia (Rui Tavares) quadruplicou o numero de deputados. E pelo andar de certos deficientes, da próxima já não serão só 4.
    Keep on, asshole

  8. Claro que o Chega não quer sequer ler as propostas do livre, com um líder que luta pelos pobres e faz vida de rico com os filhos em colégio privado. E do bloco o mesmo. Arruinaram os hospitais PPP mas Francisco Louçã há dias foi fotografado num hospital privado. Prefiro o Chega a defender o que acredita do que outros hipócritas.

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