O chefe da polícia de Brooklyn Center, arredores de Minneapolis, revelou, esta segunda-feira, que a polícia que disparou sobre um jovem afro-americano no domingo, provocando a sua morte, confundiu a arma de serviço com um taser.
“A agente tinha a intenção de utilizar o seu taser, mas em vez disso, disparou uma única bala” sobre Daunte Wright, explicou o chefe da polícia Tim Gannon, em declarações aos media, um dia depois da morte do jovem, que motivou distúrbios na noite de domingo.
No vídeo da bodycam da agente, pode ouvir-se a polícia a gritar repetidamente a palavra “taser” antes de atingir o jovem a tiro. De seguida, a mulher apercebe-se do sucedido e diz “Holy shit. I just shot him” (“Merda, acabei de o atingir a tiro”).
“Parece-me, pelo que vi e pela reação e angústia da agente imediatamente depois, que foi um tiro acidental que resultou na morte trágica do senhor Wright”, acrescentou o chefe da polícia na conferência de imprensa, citado pelo semanário Expresso.
O afro-americano, de 20 anos, terá sido morto a tiro momentos depois de ter telefonado para a mãe a dizer que estava a ser levado pela polícia, que foi chamada a intervir num incidente violento no bairro.
A progenitora, Katie Wright, disse que ouviu agentes de segurança a pedir ao filho para largar o telefone e um deles terminou-lhe a chamada. Foi a namorada de Daunte que lhe ligou, minutos depois, para dizer que o filho tinha sido baleado.
O veículo foi intercetado porque não tinha alguns papéis em ordem. As autoridades pediram a Wright para se identificar e depois perceberam que havia um mandado pendente por não comparecer em tribunal pelos crimes de posse ilegal de arma e por resistir à detenção.
O Departamento de Assuntos Criminais do estado de Minnesota já anunciou que vai investigar o caso do envolvimento de uma agente policial no tiroteio que vitimou o jovem.
A cidade de Minneapolis decretou, esta segunda-feira, recolher obrigatório, até à madrugada desta terça-feira, e mobilizou militares da Guarda Nacional para evitar pilhagens, na sequência da morte do jovem afro-americano.
“A dor que sentimos não pode traduzir-se em violência, destruição de meios de subsistência ou de pequenas lojas locais”, disse o presidente da câmara de Minneapolis, Jacob Frey, ao anunciar a medida.
O recolher obrigatório também esteve em vigor em St-Paul, a cidade-vizinha de Minneapolis, e em três condados da área metropolitana.
Centenas de manifestantes desafiaram este recolher para protestar contra a morte do jovem afro-americano, tendo-se reunido em frente à esquadra da polícia de Brooklyn Center.
De acordo com os meios de comunicação locais, houve detenções e, paralelamente aos confrontos com a polícia, também pilhagem de lojas. Algumas das empresas da zona que não foram pilhadas foram defendidas por civis armados.
O incidente decorreu num subúrbio de Minneapolis, onde decorre o julgamento do polícia acusado de matar o afro-americano George Floyd.
ZAP // Lusa
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