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AEK vs Benfica | Águia salva por Alfa sem medo

Panagiotis Moschandreou / EPA

O Benfica ganhou pela primeira vez na Liga dos Campeões após uma sequência de oito derrotas consecutivas.

A vítima foi o AEK de Atenas, precisamente na Grécia, num jogo que teve tudo para dar certo, depois tudo para dar errado e acabou com um triunfo luso por 3-2.

A expulsão de Rúben Dias no primeiro tempo complicou a tarefa do Benfica, que ganhava 2-0 e deixou-se empatar no reatamento, mas Alfa Semedo resolveu no único ataque “encarnado” digno desse nome no segundo tempo.

O Jogo explicado em Números

  • Excelente entrada do Benfica no jogo. Logo aos seis minutos, um remate de Gelson Fernandes foi travado pelo guarda-redes Vasilios Barkas, mas a bola sobrou para Haris Seferovic, que atirou para o 1-0. Um golo ao quarto remate do Benfica na partida, três deles enquadrados.
  • E aos 15 minutos o 2-0. Pizzi cruzou da direita e Álex Grimaldo surgiu ao segundo poste, nas costas da defesa, a cabecear para o fundo das redes do AEK. Uma entrada tremenda do Benfica, que marcou dois golos no primeiro quarto-de-hora, com a relevância de registar oito remates nesta fase, cinco enquadrados – para além de 62% de posse de bola.
  • O AEK sacudiu um pouco a pressão a partir do segundo tento, aumentando para 46% a posse de bola. Entretanto começou também a aproximar-se com mais perigo da baliza de Odysseas Vlachodimos, a maior parte das vezes (55%) pelo seu flanco esquerdo, registando cinco remates nesta fase, dois enquadrados.
  • Grande jogo de Pizzi na primeira parte. Por volta dos 40 minutos registava já quatro passes para finalização e uma assistência, para além de 17 passes certos em 18 e um remate, embora desenquadrado.
  • Até ao intervalo, destaque para o segundo amarelo visto por Rúben Dias, já nos descontos do primeiro tempo, após ter visto o primeiro logo aos oito minutos. Uma contrariedade para Rui Vitória resolver nos balneários – saiu Salvio, entrou Cristian Lema.
  • Vantagem merecida do Benfica ao descanso, fruto de uns primeiros 20 minutos verdadeiramente demolidores. Só a partir daqui os gregos conseguiram reagir, equilibrando a partida e obrigando Vlachodimos a aplicar-se.
  • Porém, o principal problema das “águias” acabou por ser a expulsão de Rúben Dias por duplo amarelo, já em período de compensação do primeiro tempo. O melhor em campo nesta fase era Grimaldo, com um GoalPoint Rating de 7.2.
  • O lateral espanhol marcou um golo, fez dois passes para finalização e registou seis acções defensivas, para além de cinco recuperações de posse.
  • A tal expulsão de Rúben Dias fez-se de imediato sentir. O Benfica recuou bastante e o AEK reduziu aos 53 minutos. Niklas Hult cruzou tenso da esquerda e Viktor Klonaridis surgiu mais rápido que todos a desviar para o fundo da baliza. Um golo ao segundo remate do AEK na etapa complementar, primeiro com boa direcção.
  • Õ segundo não tardou. Aos 63 minutos, o mesmo Klonaridis só teve de empurrar, após amortecimento, de cabeça, de Marios Oikonomou. O Benfica perdera capacidade de luta a meio-campo e não saía da sua grande área, ao ponto de registar apenas 15% de posse de bola no segundo tempo, na altura do golo.
  • Por volta dos 65 minutos, aliás, as “águias” tinham 12% de posse de bola no segundo tempo e, naturalmente, zero remates, contra três do AEK, dois enquadrados, para além de apenas 69% de eficácia de passe. A entrada de André Semedo para o lugar de Pizzi em nada alterou a tendência.
  • Até que o impensável – pelo que se estava a verificar em campo – aconteceu. Aos 74 minutos, Alfa Semedo recuperou a bola, progrediu em velocidade e rematou de fora da área, muito colocado, para o 3-2. Isto no primeiro disparo benfiquista no segundo tempo.
  • A dez minutos do fim notava-se que o AEK sentiu o golo sofrido, pelo que o “cerco” à área benfiquista diminuiu de intensidade. Ainda assim os gregos registavam 83% de posse de bola na segunda parte, nesta fase do jogo, não deixando os “encarnados” subir no terreno.
  • A pressão final do AEK foi intensa, mas o Benfica aguentou bem, perante uma formação grega que mostrou alguma falta de frescura nos derradeiros minutos. No final do segundo tempo o Benfica não registava mais de 21% de posse de bola e apenas um remate, mas foi o suficiente para vencer pela primeira vez na Champions, após oito desaires consecutivos.

O Homem do Jogo

Alfa Semedo salvou o Benfica, mas é injusto dizer que foi o único. É que durante a melhor fase do AEK, quando as “águias” foram submetidas a um verdadeiro sufoco, o guarda-redes Odysseas surgiu em grande plano.

O GoalPoint Rating de 6.7 reflecte as quatro defesas que o alemão de ascendência grega fez na partida, todas a remates realizados dentro da grande área benfiquista e uma tirada lá de cima, de um dos ângulos superiores.

Jogadores em foco

  • Grimaldo 6.6 – O lateral espanhol foi fundamental na vitória benfiquista. A defender somou dez acções defensivas, entre elas quatro desarmes e outras tantas intercepções. Na frente fez dois passes para finalização e marcou um golo.
  • Alfa Semedo 6.6 – A sua entrada para o lugar de Pizzi, para equilibrar o “miolo”, nem resultou por aí além. Mas o facto de ter sido ele a recuperar a bola, progredir no terreno e rematar para o 3-2 final fazem de Alfa o jogador decisivo da partida.
  • Mantalos 6.3 – O ala esquerdo do AEK foi uma dor de cabeça constante para André Almeida. No total registou três passes para finalização, fez dois remates e somou 88 acções com bola. Foi o melhor da formação da casa.
  • Seferovic 6.0 – O suíço foi muito importante pelo seu trabalho em prol do colectivo, recolhendo a bola à espera da subida dos seus colegas de equipa, em especial no segundo tempo. No primeiro fez um golo, nos dois remates que realizou, e no total ganhou quatro de cinco duelos aéreos ofensivos.
  • Klonaridis 5.5 – Marcar os dois golos do AEK e ter um rating tão modesto não é muito habitual, mas há uma explicação para isso. É certo que foi, de longe, o mais rematador na partida, com sete disparos, quatro deles enquadrados. Porém, apenas completou uma de quatro tentativas de drible e desperdiçou duas ocasiões flagrantes.

Resumo

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