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Football Leaks. Advogado admite que podia ter emails relacionados com o Luanda Leaks

Mário Cruz / EPA/Lusa

Rui Pinto no arranque do julgamento do chamado caso “Football Leaks” que envolve o Fundo de Investimentos Doyen.

O advogado e ex-sócio da PLMJ João Magalhães Ramalho admite que pudesse ter documentos relacionados com o Luanda Leaks e com Isabel dos Santos na sua conta de email, que alegadamente foi pirateada por Rui Pinto.

João Magalhães Ramalho foi ouvido, esta terça-feira, 17.ª sessão do julgamento do Football Leaks.

O advogado explicou que como se dedicava à área fiscal, todos os emails relacionados com direito fiscal eram reencaminhados para ele, escreve o Observador. Assim, embora admita que nunca trabalhou com a empresária angolana Isabel dos Santos, admite a existência de emails relacionados com ela na sua caixa de correio eletrónico.

“Hei de ter na caixa vários emails dessa natureza. De certeza absoluta que há de haver emails sobre esses temas”, disse, em tribunal.

João Magalhães Ramalho concorda que há crimes que não podem acontecer “nem no futebol, nem nas empresas”, mas que “os meios não justificam os fins”, devendo haver “uma ponderação de valores”. “Se fosse assim, via uma pessoa na rua a roubar e dava-lhe um tiro”, disse.

Paulo Farinha Alves, o advogado ouvido posteriormente, recusou responder quando a juíza lhe perguntou se tinha ficheiros relacionados com o Luanda Leaks no seu email. “Isso é matéria de sigilo profissional”, refutou o advogado.

Rui Pinto, de 31 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

ZAP //

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