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Finanças terão dado garantias por e-mail a Domingues

João Relvas / Lusa

António Domingues, o novo presidente da Caixa Geral de Depósitos

António Domingues, o novo presidente da Caixa Geral de Depósitos

O governo ter-se-á comprometido por e-mail a dispensar o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e a sua equipa de entregarem a declaração de património e rendimentos no Tribunal Constitucional. Entretanto, o secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e Finanças, Ricardo Mourinho Félix, garante não existe nenhum documento que firme um acordo.

Diário de Notícias avança este sábado que as “garantias escritas” que terão sido dadas pelo Ministério das Finanças ao presidente da CGD foram registadas numa troca de e-mails entre as Finanças e António Domingues.

Público tinha noticiado na semana passada que o acordo entre Domingues e o governo estava fixado num documento, seguindo-se esta semana as declarações de António Lobo Xavier – administrador não executivo do BPI -, que  também garantiu que esse documento existia.

Em declarações à TSF, Ricardo Mourinho Félix assegura que “não existe nenhum documento escrito” que estabeleça condições para a ida de António Domingues para a presidência da CGD, e classifica de “absolutamente falsa” a noticia que dá conta da existência de tal documento.

Ricardo Mourinho Félix reitera como sendo “absolutamente falsas” tanto a notícia da última noite veiculada pela SIC Notícias segundo a qual esse documento existe, bem como as declarações de António Lobo Xavier no mesmo canal – mas não se refere às novas alegações sobre os e-mails.

A questão da existência de um eventual acordo por escrito entre o Governo e o presidente da CGD sobre as declarações de rendimentos foi esta sexta-feira levantada pelo PSD, que instou o Governo a desmentir a existência desse mesmo acordo.

Administradores da Caixa só decidem saída no fim do ano

A decisão sobre eventuais quedas na equipa de gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), liderada por António Domingues, só deverá ser tomada no final do ano.

De acordo com o Correio da Manhã, a reunião desta quinta-feira do conselho de administração não terá gerado nenhuma decisão sobre a eventual demissão dos gestores, centrando-se antes nas questões internas e de funcionamento do banco, nomeadamente nas provisões e fecho de contas do terceiro trimestre.

Os gestores irão entregar ao Tribunal Constitucional um parecer no qual os gestores justificarão a recusa da entrega de declarações.

O Expresso avança que a maioria dos gestores está disposta a entregar as declarações de rendimentos caso seja, de facto, obrigada a isso; o Correio da Manhã, pelo contrário, alega que “a saída dos gestores é quase certa” se os juízes ordenarem a entrega das declarações de rendimentos de forma pública.

Segundo fontes do setor financeiro, citadas pelo CM, a intenção de António Domingues é levar por diante o processo de recapitalização da Caixa e continuar à frente do banco público.

A administração volta a reunir-se a 15 de dezembro.

ZAP

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