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Golas inflamáveis. Demitiu-se o adjunto do secretário de Estado que indicou fornecedores

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(dr) Beira Alta TV

A polémica das golas antifumo inflamáveis provocou a demissão do adjunto do Secretário de Estado da Proteção Civil. Francisco José Ferreira, ex-autarca e presidente da concelhia do PS/Arouca, deixou o cargo após ter sido noticiado que foi ele quem recomendou as empresas para o fabrico das golas, num ajuste direto autorizado pelo Governo.

Setenta mil golas anti-fumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anti-carbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela Proteção Civil no âmbito do programa “Aldeia Segura – Pessoas Seguras.

O secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, remeteu a responsabilidade sobre o processo de compra dos “kits de incêndio”, que incluem as golas antifumo, para a Autoridade Nacional de Proteção Civil.

No entanto, o Jornal de Notícias (JN) avançou esta segunda-feira que foi o adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, Francisco José Ferreira, quem recomendou as empresas Foxtrot Aventura e Brain One, Lda para a compra das 70 mil golas.

Francisco José Ferreira demitiu-se no seguimento desta notícia, como avança a Lusa.

O também presidente da concelhia do PS/Arouca que foi nomeado”técnico especialista” por José Artur Neves, em 2017, confirmou ao JN que foi ele quem recomendou “nomes para tais procedimentos”, não tendo dado mais detalhes sobre como é que as cinco empresas que fizeram negócios no âmbito da campanha da Proteção Civil terão sido consultadas para fornecer os equipamentos.

O Expresso recorda que a empresa Foxtrot Aventura é propriedade do marido de uma autarca do PS/Guimarães e os donos da Brain One, Lda têm adjudicações da Câmara de Arouca — onde José Artur Neves foi autarca durante doze anos e onde Francisco José Ferreira foi seu adjunto.

O ajuste direto na compra das golas antifumo foi autorizado pelo Governo numa situação de urgência, não sendo aberto qualquer concurso público para a produção dos “kits de incêndio”. A TSF salienta que os ajustes diretos só podem ser feitos em compras até 20 mil euros, apesar de os kits terem custado 165 mil euros.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) explicou que é possível evitar esta regra por “motivos de urgência imperiosa resultante de acontecimentos imprevisíveis”, já que não poderiam ser cumpridos os prazos para o concurso público.

Os contratos viriam a ser assinados quatro meses depois da autorização do Governo.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita desvalorizou a polémica, falando de uma alegada conflitualidade pré-eleitoral. “Este é um tema em torno do qual salvar vida, defender a integridade das nossas aldeias, a integridades das populações, todos temos de nos unir em torno da estrutura de Proteção Civil e em torno daqueles que aqui como em todo o país, são a coluna vertebral e o primeiro braço dessa resposta, os bombeiros voluntários”, explicou.

José Artur Neves sublinhou ainda que a gola antifumo, “que alguns especialistas dizem que é inflamável”, é um elemento de sensibilização e não de proteção.

“Não é um elemento para proteger o cidadão do fogo, porque não se pretende que o cidadão combata o fogo. Pretende-se transmitir ao cidadão que deve munir-se de um pano, seja ele uma camisola, seja ele uma toalha molhada para não respirar o fumo”, especificou.

ZAP // Lusa

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21 Comments

  1. Estes governantes de xaxa que temos, nunca sabem de nada. Agora temos um ministro sonso que autorizou a compra de materiais propagandísticos (para meter ao lixo), no valor de centenas de milhares de euros e sentindo-se acossado pelo povo, diz que já exigiu um inquérito. Inquérito para quê? Este artolas está a tentar tapar olhos a quem? Ele sabe muito bem que autorizou essa compra (um cambalacho inter-socialistas). Só faltava mesmo vir agora esse ministro idiota dizer que alguém gastou o dinheiro do MAI, por decisão exclusiva, á revelia e sem o seu consentimento. Seria pior a emenda que o soneto. Portanto, isto é o mesmo estilo do ministro do assalto a Tancos e de outros ministros deste (des)governo. A tática desta corja (treinada pelo chefe) é sempre a mesma: sacudir a água do capote. Que grande contorcionismo eles fazem, para fazer passar a ideia de que são impolutos e de uma competência nunca vista. Só que a realidade está a proporcionar-nos tantos momentos de risota e de apreensão.

  2. Este políticos (fingem) não compreendem que nem é a falta de qualidade dos produtos que se compraram, é sobretudo o abuso de poder, conflito de interesses e esbanjamento e apropriação dos dinheiros de impostos que nos custam horrores a pagar, para depois acabarem nos bolsos de privados com ligações ao governo.

    O que aconteceu foi crime, não um lapso ou má interpretação.

  3. Em graus descendentes, imediatamente, cada um e o mais rápido possível, sacudiu a água do capote.O ministro foi o primeiro a tentar limpar-se deste escândalo. Mas não foi a tempo. ESTÁ COMPLETAMENTE CHAMUSCADO, ou não fosse ele o ministro do DEIXA ARDER Portugal. O povo tem que meditar no rol de tantas pouca-vergonhas que estes pseudo-governantes estão a oferecer a cada português. Está na hora de sentenciar esta tralha.

  4. Pois, tudo isto é muito mau, mas muito mau mesmo!
    Quero ver o que o presidente da república diz, e se o que vier dizer é com a assertividade que se impõe.
    Esta situação é só mais uma fruto do que de pior temos em Portugal: a classe política completamente podre, incapacitada e corrupta.
    Fui pesquisar rapidamente quem era afinal o adjunto do secretário de estado da proteção civil, que foi nomeado como “Técnico Especialista”: tem 30 anos, o 12º ano, no CV publicado em DR é dito que foi gestor industrial entre 2013 e 2017 (não se percebe o que andou a fazer durante 6 anos, dos 18 aos 24, uma vez que não estudou…). Também li li que ele era padeiro numa padaria do irmão (ou talvez nem isso…).
    Ah, e o mais importante: era presidente da concelhia do PS de Arouca. Deve ser isso que o habilita como Técnico Especialista.

    https://dre.pt/pesquisa/-/search/114303858/details/normal?q=10632%2F2017

    https://tvi24.iol.pt/sociedade/golas-inflamaveis/demitiu-se-o-adjunto-do-secretario-de-estado-da-protecao-civil

    • Está em consonância com o ministro, que tem todo o ar de padeiro. Coitado, ele não sabia de nada. Gastaram-lhe os milhares do ministério e ele não sabia de nada. Isto só dá é para rir. Sr. Ministro, tenha vergonha e DEMITA-SE, ou então alguém que o demita (como foi feito à sua antecessora).

  5. Olhem como o ministro se quer limpar ! Arranjaram um baixinho na hierarquia e pronto: VAI-TE EMBORA !
    É sempre isto: sacodem sempre para o mexilhão ! Mas este ministro não tem hipótese. Ele sabe que foi ele que autorizou o gasto de milhares de euros por conta do seu Ministério. Este incompetente está completamente CHAMUSCADO. O sr. Presidente da República que diga se está de acordo com este roubo ao Estado e a todos nós, com esta javarda e miserável negociata.

  6. A tal coisa da aldeia segura. E mais a treta desses brinquedos. Como é que se nomeia gente como o tal dito técnico especialista. Metam os incendiários na cadeia. Sacudam a água do capote., façam o que quiserem mas deixem de sacar aos contribuintes.A primeira coisa é arranjarem desculpas para as coisas.O protagonismo e a fama os quais querem ser sempre portadores no dia a dia e mesmo que cometam erros e burridades perante as pessoas passam impunes e justificam aquilo que querem e lhes interessa.

    • O amigo é culto! Vem aqui presentear-nos com a mais fina arte musical deste agrupamento musical até aqui escondido dos meus ouvidos. Os meus sinceros parabéns pela grandeza da sua sugestão.
      Siga então o Rimbó Malho…

  7. O facto das “golas” serem inflamáveis é completamente irrelevante (até porque elas não são para ser usadas para combater incêndios!); o problema é mesmo o negócio!…
    Há que esclarecer muito bem como foi feito e, este ministro tótó já devia ter ido de vela há muito (nem sequer o devia ter começado)!!

  8. Um padeiro com o 12° ano é Técnico Especialista com um ordenado na base dos 3.500 euros, como? Só por causa da sua nomeação o Secretário de Estado e o Ministro deviam demitir-se.

  9. Os incendios em Portugal, sao uma oportunidade de negocio!
    Um nicho de mercado, onde todos podem beneficiar: desde prestadores de servicos, camaras, negocio das madeiras, empresas amigas, das entidades anteriores, e claro, os proprios incendiarios..

    Resta agora, tributar e regular este mercado, que esta com muita oferta!

  10. A ANEPC, grandes técnicos com “golas”. Existem em diversos materiais, com o nome de bandanas de tubo, de lenço e até como balaclava. Porque não perguntaram aos militares ou às forças de segurança. Cada cavadela uma minhoca, naquele ministério. É só esbanjar €.

  11. Sr. Zé Ilheu, Falta ainda acrescentar o aluguer dos meios aéreos a cobrar mais ou menos €40.000 /Hora por unidade. GRANDE NEGOCIO

  12. Para o especialista e mais o resto calculem quanto é que nos cai em cima para desembolsar. Eles gastam à tripa forra abanam a árvore das patacas e a solução o português paga.
    Não há aviadores militares em Portugal ? Comprámos os Kamof e estiveram quase sempre avariados. Muito má escolha. E pagamos, pagamos. Incendiários têm que ser responsabilizados pelos estragos e mortes praticadas.
    Esta coisa de deixar passar e fechar os olhos só serve para enganar.

  13. Vamos falar em defesa da floresta. Em 2015 ardeu uma propriedade, com uma plantação com 6 anos. Em 35 anos ardeu regularmente. Envesti e foi executada duas vezes a limpeza. Foi cortada em 2016. Perdi 60% de rendimento. Estavam duas brigadas de prevenção de madrugada contra os reacendimentos e o resultado foi deixar arder. Só passados 6 km, quando chegou às primeiras casas, ao princípio da manhã, é que as chefias dos artolas se dicidiram mexer. Segundo o caderno de encargos vou pedir a indemnização a quem? À câmara ou ao ministério da administração interna?

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