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Acordo secreto permitiu a centenas de terroristas do Daesh fugirem de Raqqa

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A coligação internacional liderada pelos EUA e pelo Reino Unido, que combate o Daesh na Síria, apoiou um acordo secreto que permitiu a centenas de terroristas escaparem de Raqqa, levando consigo as famílias e toneladas de armas e munições.

A notícia é avançada pela BBC numa reportagem intitulada “O Segredo Sujo de Raqqa“, na qual revela como as autoridades locais negociaram um acordo de fuga com os lideres do Daesh, e com o apoio da coligação internacional liderada pelos EUA e das Forças Democráticas Sírias (SDF), a aliança curdo-árabe contra o grupo terrorista.

Motoristas contratados a peso de ouro para transportarem os terroristas e as suas famílias, com a exigência de que não deveriam contar nada a ninguém, relatam à BBC que está em causa a saída de cerca de quatro mil pessoas de Raqqa, cidade síria que era considerada a capital do Estado Islâmico.

A BBC mostra imagens de vídeos amadores que ilustram a saída de Raqqa de centenas de terroristas, alguns dos quais vestidos com coletes explosivos e altamente armados, no passado dia 12 de Outubro.

Está em causa um “comboio” de cerca de seis ou sete quilómetros, com 50 camiões, 13 autocarros e mais de uma centena de veículos dos combatentes do Daesh, incluindo dez camiões com armas e munições, refere a estação.

Neste “comboio”, seguiam algumas das figuras mais importantes do Daesh, incluindo muitos combatentes estrangeiros, escoltados por aviões e drones da coligação internacional, garante a BBC.

Muitos destes terroristas estrangeiros espalharam-se pela Síria, mas alguns terão conseguido chegar à Turquia. Um deles, um jihadista de origem francesa refugiado em Idlib, cidade no noroeste da Síria, explica à BBC que alguns dos seus companheiros de combate, que fugiram de Raqqa, receberam instruções para regressarem a França e organizarem ataques terroristas.

EUA tinham prometido “aniquilação” de terroristas estrangeiros

Em Abril de 2017, o Secretário de Estado da Defesa dos EUA, James Mattis, tinha definido a guerra contra o Daesh como de “aniquilação”, garantindo que nenhum jihadista estrangeiro sairia de Raqqa.

“A nossa intenção é que os combatentes estrangeiros não sobrevivam ao combate para não regressarem às suas casas, no Norte de África, na Europa, na América, na Ásia, em África”, afirmou na altura.

“Não queríamos que ninguém saísse”, diz, agora, o porta-voz da coligação internacional, Coronel Ryan Dillon, explicando, contudo, que o entendimento que permitiu a fuga dos terroristas está de acordo com a “estratégia” definida que dá aos sírios o poder de decisão. “São eles que estão a lutar e a morrer, e tomam as decisões quanto às operações”, frisa o militar.

Com a cidade de Raqqa sitiada há mais de quatro meses, a ideia deste acordo secreto visou “poupar vidas” e terminar com os tiroteios, nota a BBC, constatando que essa é a alegação dos que delinearam o acordo.

SV, ZAP //

11 Comments

  1. Aqui está a máquina de guerra a funcionar… aniquilar o inimigo” Game Over” e depois tinha que se arranjar outro para poderem voltar a jogar os joguinhos de guerra.

    E quem paga? E sempre o mais fraco os que não passam de meros números e estatísticas seja no Afeganistão, na França, Espanha, Inglaterra, etc.

    Politica, interesses, e total de respeito pelas vidas dos que já partirem às mãos destes terroristas e destes tiranos que negoceiam com os mesmos para que estes possam regressar às suas terras e fazeres mais atentados para desta forma terem carta verde para se continuarem com os jogos de guerra.

  2. Afinal o Putin e a Federação Russa é que têm razão : por mais uma manobra irresponsável, escandalosa, criminosa mesmo andaram a “semear” assassinos e indesejáveis por meio mundo, quando tinham a possibilidade de os aniquilar totalmente na toca do lobo.
    Depois venham queixar-se que os Russos não têm razão quando dizem que a culpa do que se passa naquela zona é das CIAs dos Departamentos de Estado… Escandaloso !

    • Tal como a culpa de muito do que se passa no mundo é dos russos que também não são nenhuns santos, nem o ditador do putin mais os seus Boys.
      Os americanos podem não ser bons, mas o russos são outra corja, e refiro-me aos governantes obviamente, porque a população não tem culpa dos corruptos que os governam, votam neles é um facto mas são ceguinhos…

      • Caríssimo : o grave é que muitos milhões – como o sr.- vivem impregnados da “informação” do lado dos Bush, dos Reagan, dos Nixon, dos Salazar, dos Pinochet, dos Franco, dos Mussolini, das Tatcher, etc, etc e acusam os males da humanidade sempre dos mesmos : os Estaline, Mao, etc . Infelizmente somos sistemàticamente “governados” por “factos alternativos” desde a Guerra Fria e no Ocidente somos uns carneirinhos sempre nas mãos dos mesmos. O que pretendo dizer é que – sob o pretexto de nos “defenderem” dos Russos, dos comunistas, etc – têm feito de nós gato sapato, cozinham-nos e papam-nos como querem. O que digo é que é preciso distinguir o trigo do joio e nada no Mundo é a preto e branco ou, ainda doutra maneira, não me considero do lado dos “bons”…

  3. A ser verdade esta noticia, é escandaloso para o mundo ocidental e altamente perigoso para a EUROPA.
    A fugirem sob proteção, é pena que vão para as outras duas víboras regionais por detrás deste terroristo todo como são o Irão e a Arabia Saudita, e deixem Europa em Paz.

  4. A Europa só lhe resta um caminho unir-se à Rússia o fantasma do comunismo caiu com a queda do muro de Berlim, os Russos são mais práticos chamam os bois pelos nomes.

  5. Espero que todos eles tenham entrada livre nos EUA, na velha England e na Turquia, quem perdoa a vida ao seu inimigo morre nas mãos dele.

  6. Está aqui mais uma evidente inversão das realidades! Visa apenas distorcer a verdade e fomentar a desconfiança sobre as politicas dos ocidentais, e do mundo livre de ditadores, e que goza ainda do estatuto de locais invejáveis de liberdade, que atraiem quase todos os outros povos!
    Vejamos pois se têm alguma lógica:
    1- Existem sem dúvida muitos e dispares interesses concorrentes em jogo de influencias e controlo especialmente sobre os precários governos dessa região.
    2- A guerra movida ao estado Islâmico teve o condão de quase unir e mobilizar práticamente todos os governos contra. Mas havia e há muitos outros grupos apoiados e suportados pelas potências regionais e internacionais que usam os métodos similares aos da época de 60 aquando das multiplas guerras de guerrilhas iniciadas e principalmente suportadas pela URSS, USA, RPC e organizações internacionalistas.
    3- Alguns governos da região encontram-se já manietados e práticamente sequestrados ou dominados pelas forças militarizadas que actuam ou se servem do seu terreno e que são controladas pelas potências regionais e as costumeiras influencias de Moscovo, Washington, além das subrepticias de Pequim, secundadas a mais distância por outras potencias.
    Exemplo flagrante é o do Hezebollah milícia ao serviço do Irão que além de dominar o Libano tem forte influência na região.
    4- Esta retirada desta região nada tem de diferente das organizadas nos outros assaltos das forças do Hezbollah em conjunto com o destroçado exército de Assad que foi lentamente reabilitado pelos esforços de Moscovo para não perder este seu bom cliente, onde foram criados também corredores organizados pelo exército russo para as evacuações.
    5- Se como se diz na notícia quem estava a atacar e conquistar a região era a coligação do ditador Assad +Russia +Irão (Hezbollah) isso só poderia ser com a sua concordância ou mesmo muito provávelmente a seu pedido ou proposta. não se vislumbra outra lógica possivel!
    6- A conclusão clara é que existe uma intenção clara de se influenciar e manipular a opinião pública dos mais vulneráveis com distorções constantes de desinformação e conclusões opostas há realidade.
    7- Por traz destas manobras estão interesses escondidos de velhos jogos de politicas viciadas nestes golpes de baixeza de caracter e maldosa intenções.

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