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Acordo de paz com as FARC assinado com caneta feita de uma bala

Baligrafo.org

Um balígrafo, a caneta feita de bala com que o Tratado de Paz da Colômbia vai ser assinado.

O acordo de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) o governo colombiano, que pretende pôr fim ao conflito que dura há 52 anos na Colômbia, foi assinado hoje com um “balígrafo” – uma caneta feita com um cartucho de projétil.

“Criamos o que chamamos de balígrafo, que é uma bala convertida numa caneta que representa a transição da utilização de balas para a educação, o futuro”, explicou o presidente do país, Juan Manuel Santos.

Segundo o El Espectador, cada um dos chefes de estado presentes na cerimónia irá receber uma dessas canetas como uma lembrança da “ocasião especial”.

Os “balígrafos” – cujo nome é um trocadilho com a palavra “bolígrafo” (caneta em espanhol) – foram fabricados com cartuchos de projéteis de calibre .50, usados em metralhadoras e fuzis.

“As balas escreveram o nosso passado. A educação, nosso futuro”, lê-se, gravado nas canetas.

Juan Manuel Santos já usou este tipo de caneta em junho do ano passado, durante a assinatura do documento que pôs fim aos atos militares entre Bogotá e as FARC.

Além dessas peças, algumas guitarras feitas de caçadeiras e outros restos de armas, criadas pelo músico César Lopes, também serão utilizadas como objetos de decoração para o local da cerimónia de assinatura do acordo.

A guerra civil na Colômbia, que durou 52 anos, provocou oito milhões de vítimas, 220 mil mortos, 45 mil desaparecidos e um número indeterminado de deslocados.

Este acordo de paz, negociado em agosto, em Havana, põe fim ao conflito armado com as FARC, uma guerrilha de inspiração marxista e com origem nas revoltas camponesas da década de 1960, que vai tornar-se num movimento político e disputar o voto popular nas próximas eleições.

Para além da sua concretização prática, o acordo – um documento de 197 páginas – terá ainda de ser ratificado pela população num plebiscito marcado para 2 de Outubro e, para ser validado, necessita da participação de mais de 4,5 milhões de pessoas.

BZR, ZAP / Lusa

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