Acordo americano para combate à inflação e crise climática é uma “dádiva de Deus”

Michael Reynolds / EPA

Joe Biden, Presidente dos EUA

Democratas querem reunir votos para a aprovação do pacote legislativo de combate à inflação e à crise climática no Senado.

Joe Biden afirmou esta quinta-feira que o acordo para um pacote legislativo de combate à inflação e à crise climática é “uma dádiva de Deus” para as famílias, enquanto os democratas reúnem votos para aprovação no Senado.

“Esta proposta seria a legislação mais significativa da História para combater a crise climática”, afirmou o presidente norte-americano.

Biden sublinhou ainda que o pacote também iria reduzir os custos de saúde para milhões de norte-americanos que compram os seus seguros através do Affordable Care Act, vulgo Obamacare.

O Presidente dos EUA garantiu que a legislação, chamada “The Inflation Reduction Act of 2022”, não vai aumentar os impostos para famílias que ganhem menos de 400 mil dólares por ano. Referiu também que a fixação de um imposto mínimo de 15% para as empresas vai financiar as despesas e até permitir reduzir o défice.

“O meu pedido é: ponham a política de lado. Façam isto. Temos de aprovar isto”, sublinhou o Presidente norte-americano.

Antes das declarações de Biden, Chuck Schumer já tinha pedido aos senadores democratas apoio para aprovar o pacote legislativo de 728 mil milhões de euros.

O pacote será votado na próxima semana, depois de Joe Manchin, que bloqueou o ambicioso projeto legislativo “Build Back Better” em 2021, ter dado a sua “luz verde”.

A legislação pode tornar-se uma vitória histórica para o Congresso controlado pelos democratas, a poucos meses das eleições intercalares, que deverão devolver aos republicanos o controlo da Câmara dos Representantes.

Schumer disse aos senadores democratas que terão agora a oportunidade de alcançar duas prioridades “extremamente importantes” do partido.

A mudança de posição de Manchin surpreendeu Washington, depois de meses de negociações que pareciam destinadas ao insucesso. Em declarações aos jornalistas, o senador da Virgínia Ocidental referiu que o acordo é uma vitória para todos.

O pacote aumenta os impostos das empresas com lucros superiores a mil milhões de dólares e dos contribuintes que ganham acima dos 400 mil dólares.

Inclui medidas para combater as emissões de carbono e investir em fontes de energia “limpas”. Requer a negociação de preços de medicamentos para baixar a fatura dos consumidores, e expande subsídios federais para seguros de saúde.

Para aprovar a legislação, todos os senadores democratas têm de votar a favor, sendo que a maioria democrata no Senado é de apenas um voto — o da vice-presidente Kamala Harris. Os 50 senadores republicanos opõem-se ao pacote.

Isso significa que a senadora Krysten Sinema do Arizona, também uma moderada, terá de ser convencida a votar a favor. A votação vai acontecer na próxima semana.

Este é, ainda assim, um projeto legislativo bem menos ambicioso que aquele que Biden pediu aos democratas para aprovar em 2021 e valia 3,5 mil milhões de dólares. A Câmara dos Representantes aprovou uma versão reduzida, de 2 mil milhões, mas Manchin opôs-se também a esta no Senado.

ZAP //

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