Acabou a era dos hambúrgueres baratos

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Mosa Meat

No McDonald’s, um hambúrguer simples sem batatas fritas e bebida custa atualmente 5,29 dólares — um aumento de 21% em relação a 2019. Em Portugal, no mesmo período, o menu Big Mac aumentou 10%. Os preços vão continuar a subir, dizem os analistas, e não baixarão antes de 2030.

Os hambúrgueres tornaram-se tão caros nos Estados Unidos que os consumidores de baixos rendimentos estão a comprá-los com menos frequência, reporta a Bloomberg, que prevê que a era dos hambúrgueres baratos “está a chegar ao fim“.

No segundo trimestre de 2024, o preço médio de um hambúrguer num restaurante de fast-food era de 8,41 dólares, mais 16% do que há cinco anos.

Mesmo na cadeia de fast food McDonald’s, o custo de um hambúrguer simples sem batatas fritas e bebida era de 5,29 dólares, um aumento de 21% em relação a 2019.

Em Portugal a situação é, para já, ligeiramente diferente. Se compararmos o preço de um Big Mac Menu em 2019 (5,40€) com o custo do mesmo menu em 2024 (5,95€), há um aumento de 10% do preço em 5 anos.

Mas, segundo os índices “Price of a McDonald’s Big Mac In Every Country” que o ZAP consultou, um Big Mac simples custava em Portugal 4,62 dólares em 2021. O mesmo hambúrguer, em 2023, custava 5,06 dólares — um aumento de 9,5% em apenas dois anos.

Neste contexto de subida de preços, os consumidores com rendimentos mais baixos deixaram de frequentar os restaurantes McDonald’s, levando a que a empresa registasse a primeira quebra de vendas em quatro anos.

Perante esta situação, a cadeia de fast food viu-se obrigada nos últimos anos a diversificar a oferta para atrair clientes — dando o exemplo a outras cadeias de fast food.

Segundo a Bloomberg, a principal razão para o aumento do preço do hambúrguer é a subida do preço da carne de vaca, cujo preço médio de venda a retalho por 450 gramas em agosto foi de 5,58 dólares.

A subida dos preços da carne de vaca para valores recorde é um reflexo do número historicamente baixo de cabeças de gado nos EUA, que, depois de ter atingido o pico em 2019, tem vindo a diminuir e atingiu um mínimo de 73 anos.

De acordo com a Bloomberg, a queda no número de bovinos no mercado está ligada à seca de 2020, ano em que um grande número de animais foi enviado para  abate — sem que tenham sido substituídos.

Perante este cenário, os especialistas acreditam que, mesmo que o contexto económico venha a aliviar, não haverá um regresso imediato aos preços baixos — e os americanos terão de se habituar a uma nova realidade.

“Os dias de menus com cheeseburguers a 1 dólar serão provavelmente poucos e distantes, exceto em algumas grandes promoções”, diz Lance Zimmerman, analista especializado em mercado bovino — que não espera que os preços comecem a descer antes de 2030.

Sendo verdade que a era dos hambúrgueres baratos já era, verdade é também que a maior parte dos produtos alimentares registou nos últimos anos uma subida assinalável de preços, alimentada pela escalada da inflação após a pandemia e a guerra da Ucrânia — com reflexos na conta do supermercado e no restaurante.

ZAP //

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