“Acabem com os telemóveis nas escolas. Que conversem cara-a-cara e brinquem”

Petição pública apela a um recreio escolar, sem ecrãs de smartphones. Quase 2.500 pessoas já assinaram.

Permitir telemóveis nas escolas: sim ou não?

A resposta não é consensual e vai dependendo muito do contexto (dos pais) e da idade dos alunos.

Uma petição pública pede agora o fim dos telemóveis smartphones nas escolas, a partir do 2º ciclo, “em prol da socialização das crianças nos recreios”.

O documento está disponível online e, à hora da publicação deste artigo, tinha quase 2.500 assinaturas. São precisas, no mínimo, 7.500 assinaturas.

Para que socializem, conversem cara-a-cara e brinquem. Para que diminuam os casos de cyberbulling e contacto com conteúdos impróprios para a sua idade”, lê-se.

O telemóvel é utilizado nas escolas em Portugal, no geral. Não nas salas de aula, mas durante os intervalos – embora haja algumas escolas portuguesas já tenham proibido os telemóveis, seja qual for o espaço.

Os cidadãos que elaboraram esta petição sublinham que aos 9/10 anos, ou seja, quando as crianças iniciam o 2.º ciclo (5.º ano), precisam de brincar; querem correr e jogar à bola no recreio. E a integração numa escola nova – quando mudam de escola – não passa por um ecrã.

“Deve ser prioridade estimular e fomentar a interação verdadeira, cara-a-cara, para que as crianças possam demonstrar as suas emoções através de expressões faciais e não através de um ecrã”.

Por isso, consideram que ter um telemóvel à frente nos recreios altera os padrões de socialização das crianças e a sua integração de forma saudável.

A petição sugere que os telemóveis sejam guardados num local próprio (cacifo, por exemplo) quando os alunos chegam à escola; e só seriam retirados ao deixar a escola.

Os responsáveis pela petição acham que o estatuto do aluno deveria proibir expressamente a utilização de telemóvels nos recreios; algo que não acontece.

Também reforçam que o estatuto do aluno proíbe captar sons ou imagens em actividades não letivas – o recreio estará incluído.

Por isso, pede ao Governo que o estatuto do aluno seja revisto e sugerem às escolas que criem o seu próprio regulamento sobre este assunto.

E também deixam sugestões aos pais: potenciar o brincar em vez de jogar online, preferir as conversas presenciais em vez do WhatsApp, quando muitas vezes estão no mesmo espaço a conversar; porque os telemóveis smartphones, no espaço escolar, “acabam por ser viciantes e lhes retiram tempo para outras atividades de socialização”.

Até porque devemos “pensar que, mais dia menos dia, já ninguém sabe escrever em papel“.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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