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Só 33% votaram. Porquê, Fiães?

Freguesia de Melgaço registou a taxa de abstenção mais alta em Portugal continental, nas últimas eleições legislativas.

A abstenção é um problema em cada eleição em Portugal, há vários anos.

Nas últimas legislativas, em 2022, praticamente metade dos eleitores não votou. Nas presidenciais de 2021 a abstenção ultrapassou os 60%.

Os locais com maior abstenção são nos Açores. Mas, em Portugal continental, há uma freguesia que se destaca: Fiães.

Esta aldeia no alto Minho (Melgaço), onde moram 140 pessoas, apenas 33% dos eleitores votaram nas legislativas de 2022.

Foi a taxa de abstenção mais alta em Portugal Continental, nessas eleições: 66,93%.

Há um motivo óbvio para um número tão elevado: emigração. Cerca de metade da população não vota porque emigrou, destaca a RTP. Mas continuam inscritos como eleitores.

Como acontece em centenas de outros locais no país, os jovens saíram, ou para centros urbanos, ou para outro país.

Os mais novos saíram, os mais velhos ficaram – mas muitos já morreram.

Assim, não há futuro na freguesia porque não há crianças. “Agora as pessoas não se viram um para o outro (na cama). Agora os filhos dão muito trabalho”, brincou a moradora Júlia.

Mesmo assim, quem ficou, vai votar. Ou, pelo menos, a maioria votou há dois anos: 83 pessoas foram às urnas na altura. 53 votos no PS, 21 no PSD, 3 para PCP e CDS, um para BE e PAN. O Chega, a IL e o Livre tiveram zero votos em Fiães.

ZAP //

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